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Channel: Vai Se Food, por Ailin Aleixo
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Da Mooca Pizza Shop: pizza romana ‘al taglio’, boa, rápida e barata

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CalaBronx, da Da Mooca Pizza Shop: molho de tomate, calabresa artesanal picante, mussarela e pedaços de rabanete-melancia

Fellipe Zanutto, chef/proprietário da Pizza da Mooca, do Hospedaria  e do novo Cantina (café dentro do Museu da Imigração), acaba de abrir seu primeiro empreendimento fora da Mooca, seu bairro do coração.

Balcão do Da Mooca Pizza Shop

É também a primeira vez que Zanuto aposta num modelo de cozinha rápida: no novo Da Mooca Pizza Shop, é escolher, pagar, pegar, comer, jogar o prato descartável no lixo e ir cuidar da vida. Sem talheres (come-se nas mãos, como na Itália), sem serviço de mesa, sem 10%.

‘Taglio” da pizza romana do Da Mooca Pizza Shop com molho, rúcula e prosciutto

A pizzaria funciona no mesmo imóvel no qual Roberta Sudbrack instalou sua lanchonete pop up, no final de 2016.

Minhas duas favoritas no Da Mooca Pizza Shop: lâminas de batata com queijo caciocavallo e alecrim e a Veggie

Especializada em pizza romana ‘al taglio’ – preparada com massa de longa fermentação disposta em grandes assadeiras retangulares e servida em pedaços quadrados – o Da Mooca Pizza Shop oferece cerca de seis sabores diários, alterados com bastante frequência por conta da sazonalidade de alguns dos ingredientes, principalmente os frescos (verduras e legumes).
O taglio custa entre R$ 7 e R$ 12.

Pizzas romanas do Da Mooca PIzza Shop: marinara (molho de tomate, alho assado e manjericão) e calabronx

Sobre a massa macia e de base crocante – que lembra uma focaccia-, aquecida na hora do pedido, pode haver molho de tomate, mussarela e manjericão; molho de tomate, calabresa artesanal picante, mussarela e pedaços de rabanete-melancia (calabronx) e mortadela italiana e rúcula, entre outras. Minhas favoritas foram a veggie – montada com molho de tomate, berinjela amarela e cenoura roxa tostadinhas, além de cavolo nero crocante – e a que leva finas rodelas de batata, queijo caciocavallo e alecrim. Só peça para maneirarem no azeite: comi algumas excessivamente gordurosas.

O pequeno Da Mooca Pizza Shop: ao lado do loja de roupas femininas UMA

Para sobremesa há brownie e cannolo que, bem…, precisa melhorar bastante: massa grossa e sem sabor e ricota igualmente insossa.

Cannolo do Da Mooca Pizza Shop: sem gosto

Numa pequena vendinha é possível comprar e levar pra casa as farinhas italianas com as quais são feitas as pizzas (Caputo), molho de tomate, vinhos e azeites.


Evvai: cozinha italiana contemporânea de excelência

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Arancini de polenta e tallegio finalizado com sálvia e lardo: uma das excelentes entradas do novo italiano contemporâneo Evvai

O que não falta em São Paulo é restaurante italiano. A quantidade é imensa; já a qualidade média está mais pra diminuta. Todo bairro tem pelo menos meia dúzia de estabelecimentos que destróem receitas tradicionais, trocam ingredientes originais por ‘similares’ genéricos, que não sabem o ponto correto do cozimento de uma pasta. Que usam molhos prontos. Que cobram caríssimo por risotos empapados, raviólis grosseiros, carpaccios congelados. Neste cenário ‘espaguete com polpeta’, poucos chefs encaram fazer um trabalho autoral dentro de uma culinária tão assimilada pelo público.

Deliciosa polenta taragna com ovo mollet defumado e bacalhau cremoso do novo Evvai

Salvatore Loi é um destes cozinheiros que encaram o desafio. Luiz Filipe Souza, seu ex-pupilo, outro. Depois de trabalharem juntos por oito anos – tendo passado por Fasano, Girarrosto, Ristorantino e Salvatore Loi -, no começo de 2017, com a saída de Loi do segundo empreendimento que levava seu nome, cada um seguiu seu caminho. Então, há poucas semanas, o mesmo local que abrigava o restaurante Salvatore Loi passou por uma pequena reforma e reabriu como Evvai. Agora, com o Luiz Felipe no comando da cozinha.

O salão está mais agradável, iluminado e colorido. O serviço continua atencioso. Os preços baixaram. A comida ganhou jovialidade, leveza. O Evvai é um acerto.

Minestrone de vitelo com legumes orgânicos do Evvai: tão bonito quanto sem pujança

O menu traz ingredientes clássicos em usos criativos e muito bem executados, caso dos deliciosos arancini – que levam polenta no lugar do risoto – recheados com tallegio e finalizados com sálvia e fatia finíssima de guanciale (R$ 39). Dá vontade de comer a porção toda sozinho. Outra versão de polenta que também me agradou muito foi a rústica, cremosa, com ovo mollet defumado rapidamente passado pelo vinagre, para trazer toque de acidez, e finalizada com delicadíssimo creme de bacalhau (R$ 35).

Vibrante, potente e equilibradíssimo: Malloreddus (massa curta de sêmola e açafrão) com molho de tomate, erva doce e guanciale

Uma das massas que comi ali figuram entre as mais prazerosas da minha vida. O Malloreddus – pasta típica da Sardenha, também conhecida como nhoque sardo – preparado com sêmola e açafrão é envolto em leve molho de tomate enriquecido com pequenos e crocantes pedaços de erva doce e toque de guanciale (R$ 54). O equilíbrio perfeito entre a refrescância da erva e a untuosidade da carne.

Fregula do novo Evvai: em diferentes pontos de torra, a massa sarda ganha manteiga defumada, legumes, polvo grelhado e vieiras cruas com sal cítrico.

Excelente, a Fregula (bolinha chata de semolina) é preparada da maneira convencional, direto na água, e também salteada na frigideira antes de ser cozida: isso confere não apenas coloração mais escura como também notas de sabor mais tostadas. As duas – clara e escura – levam manteiga defumada, legumes finamente cortados, polvo grelhado e crudo de vieiras com toque cítrico (R$ 69). Belíssimo prato.

Entretanto, nem tudo são acertos: o minestrone feito com brodo de vitelo e infusão de porcini tinha sabor pálido e não conversava com os rolinhos de mini legumes orgânicos (R$ 29).

Zepolle autoral do Evvai acompanhado por cremoso de chocolate e avelã: sobremesa não atinge o nível dos pratos salgados

Além das massas, o cardápio traz opções de carne como o arroz de pato assado com prosciutto de pato feito no restaurante e alcaçuz (R$ 73), Filé rossini (filé mignon com foie gras, trufas negras, batata suflê, R$ 125) e leitão crocante com purê de feijão branco, uvas e radicchio grelhado (R$ 68).

Petir Fous do Evvai: bem feitos

As sobremesas não condizem com o nível dos pratos salgados: são poucas, comuns e medianas. A única autoral foi decepcionante: zeppole – massa frita muito consumida em Nápoles recheada com creme de confeiteiro -, que mais parece um mini churros espanhol, acompanhada por cremoso de chocolate 70% e creme de avelãs (R$ 29). As outras sugestões: pannacotta (R$ 27), Tiramisu (R$ 29) e chocolate em texturas (R$ 39).

Há coisas a acertar? Sim. Mas considerando que o Evvai tem menos de um mês e o chef, menos de 30 anos, as perspectivas são bem promissoras. Talento não falta.

Rio de Janeiro: aonde ir num final de semana de comilança

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De tempos em tempos vou ao Rio para me inteirar sobre o que há de novo/interessante na gastronomia da cidade. Recentemente passei um final de semana por lá – comendo, claro – e escrevi uma pequena lista dos melhores endereços pelos quais passei. Ela pode ser bem útil para quem viaja e não quer errar, gastando muito e comendo mal: coisa facílima, por sinal.

Claro que acabei em locais que não me fizeram muito feliz… Sempre rola. Por exemplo, o Da Bela (restaurante com cardápio da apresentadora Bela Gil) tem preços altíssimos – um picadinho com purê custa R$ 70 – e comida mediana. Se quiser saber mais, veja no meu instagram.

Mas o negócio é aproveitar o que existe de bom. Então leia e aproveite!

Quitéria

Bolinhos de arroz orgânico recheados com ovo de codorna do Quitéria, no Rio

Instalado dentro do hotel Ipanema Inn (bem localizado e com um tremendo e raro custo-benefício), o Quitéria faz cozinha brasileira com toques contemporâneos, prezando pelo uso de insumos orgânicos /agroecológicos/sazonais provenientes de produtores locais. O novo menu, que entrou há menos de duas semanas, exemplifica bem o talento da chef espanhola Alejandra Maidana, pesquisadora e apaixonada pela cozinha brasileira.

Nhoque de mandioquinha com molho de castanha de caju e agrião: prato vegano e delicioso do Quitéria

Entre as entradas, a porção de bolinhos de arroz orgânico recheados com ovo de codorna (R$ 26) é bem temperada e sequinha, ideal para acompanhar drinques. Os mini acarajés são equilibrados, recheados com bom vatapá e camarões defumados com cumaru (R$ 26).

Meus pratos preferidos foram o delicado nhoque de mandioquinha com molho de castanha de caju e agrião (R$44) e a coxa e sobrecoxa de frango caipira  com arroz de pequi e farofa feita na casa, do começo ao fim, com resultado excelente (R$ 53).  Já se tornou, pra mim, daqueles restaurantes “preciso voltar”.

Bazzar

Torresmos de beijupirá servidos com iogurte de beterraba do novo menu de porções do mar do Bazzar

O restaurante está longe de ser uma novidade (existe há quase 20 anos), mas segue sendo um dos melhores do Rio, tanto na comida quanto no serviço. Além de ter ambiente agradabilíssimo, claro, solar.

Sardinhas em conserva de azeite, com batatinhas e mini legumes orgânicos, pastéis de siri e taça de Jerez Fino no Bazzar

O novo menu de porções do mar é daqueles que dão ganas de comer todo: bem concebido, variado e muito, muito bem executado. Não perca os torresmos de pele de beijupirá servidos com iogurte de beterraba (R$ 11), as gordas sardinhas em conserva de azeite, com batatinhas e mini legumes orgânicos (R$ 21), o delicioso siri gratinado com purê de funcho e chicória (R$ 17), o angu de fubá branco com milho crioulo (R$ 12) e o arroz do mar (R$ 16), cremoso e intenso.

Delicioso siri gratinado com purê de funcho e chicória o arroz do mar do Bazzar

Para passar a tarde curtindo, conversando, bebendo e apreciando as delícias de uma cozinha afinadíssima.

Ella Pizzaria

A cozinha aberta da nova e badalada Ella Pizzaria, no Jardim Botânico

O atual furor da cena gastronômica carioca, a Ella vive lotadíssima. A razão são as pizzas, inspiradas no estilo napolitano, com massa preparada pelo padeiro Marco Cerutti (Spa Pane) e coberturas a cargo do chef Pedro Siqueira (Puro).

Da nova Ella: pizzas individuais, de borda alta e fofa e cobertura bem brasileiras

Dois craques que se juntaram para criar pizzas individuais de massa de borda alta e macia, preparadas com longa fermentação e farinha italiana, e coberturas criativas com ingredientes bem brasileiros, caso do pesto de PANCs que entra na Embutido (linguiça artesanal, queijo fior di latte, mini tomates e picles de funcho, R$ 37) e na Verdi (fior di latte, castanha do Brasil laminada, broto de manjericão roxo, R$ 34). Um dos maiores sucessos é a Olha Ella, montada com queijos scamorza e grana padano, bacon crocante, ovo estalado e broto de salsa.  Pena que no dia da minha visita, a massa estava sem nenhum sal.

Teva

Ipanema Sour, Sertônica e bolinhos de baião de dois recheados por tofu defumados e escoltados por maionese de lambão e couve frita do vegano Teva

Finalmente estão aparecendo bons restaurantes veganos no Brasil, especialmente no eixo Rio- São Paulo. Ainda são poucos, mas a tendência é crescer: a diminuição no consumo de ingredientes derivados de animais é uma necessidade global, tanto pelo impacto na saúde humana quanto pelo uso avassalador de recursos naturais em sua produção.

ótimo hummus de grão de bico e pimentão assado, acompanhado por parathas do Teva

O Teva traz cardápio saboroso, variado, colorido e com temperos potentes que resultam numa refeição bem prazerosa – especialmente se acompanhada por alguns dos bons e frescos drinques da casa, caso do Ipanema Sour (bourbon, cachaça, redução de porto com açaí baunilha e limão, R$ 30) e do Sertônica (cachaça, caju, laranja, tônica, R$ 30).

bolo de fubá com coulis de goiabada, farofa caramelada e sorvete de milho e coco do Teva

Tudo no menu foi pensado para ser compartilhado, inclusive a fartura das porções. Pontos altos: o ótimo humus de grão de bico e pimentão assado, acompanhado por parathas (R$ 30) e os bolinhos de baião de dois recheados por tofu defumados e escoltados por maionese de lambão e couve frita (R$ 26). Para adoçar, vá de farto bolo de fubá com coulis de goiabada, farofa caramelada e sorvete de milho e coco (R$ 30). Reserve ou chegue cedo, por que a casa, especialmente aos finais de semana, tem longas filas de espera.

Emiliano

Café da manhã do Emiliano Rio, em Copacabana

Clean, elegante, quartos deslumbrantes de frente pro mar, serviço que beira a perfeição: o Hotel Emiliano do Rio tem o mesmo padrão da matriz paulistana. O café da manhã (R$ 110 por pessoa) também se equipara e vale muito para quem gosta de longos e fartos cafés da manhã – como eu. Pães quentinhos, frios e queijos de qualidade, frutas, juçaí, mimosa, ovos beneditinos matadores, café, chá, bolos. Só alegria iluminada pela luz natural que adentra pelo teto de vidro.

Ovos beneditinos com creme de espinafre do café da manhã do Emiliano

A vista da piscina na cobertura do Emiliano, em Copacabana

Se você quiser se dar um belo presente, hospede-se lá por um dia, curta a linda piscina na cobertura e fique de bobeira na cama, olhando as ondas de Copacabana.

Fôrno: menu artesanal (de verdade) e um pastrami sensacional

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O melhor pastrami da cidade – marinado por 3 semanas e assado por 16 horas – servido em pão campagna com maionese de mostarda e picles de pepino. Do Fôrno.

Atualmente, São Paulo tem mais hamburguerias do que pizzarias. Churrascarias vivem cheias. Qualquer padoca vende ‘X-filé’. Domingo é dia ‘de picanha e cerveja’ pra milhões de pessoas. Fato: carne é curinga em qualquer menu. Coloca que vende. Por isso mesmo, me agrada encontrar restaurantes focados no preparo de carne e que fazem deste ofício um cotidiano, cuidadoso e pesquisado trabalho. Valorizam o produto e o animal que lhe deu origem.

Schiacciata (massa de pizza baixa e retangular com grana padano, rúcula, burrata, cebola roxa, raspas de limão siciliano, R$ 20) do Fôrno

E o novo Fôrno  dos mesmos sócios do Holy Burger – dá o devido respeito a carne, tratando-a como iguaria. Exemplo maior é o pastrami da casa, um dos melhores que provei até hoje, que marina por dias a fio (de acordo com os sócios, 3 semanas) numa mistura de temperos, é assado por 16 horas e fatiado no momento do pedido. Suculento, sem pedaços de gordura, macio, suave. Um primor.

Salão do novo Fôrno, na Vila Buarque

Cubano do Fôrno: pão, presunto, maionese e picles de cebola roxa feitos na casa

E é o sanduíche de pastrami o maior sucesso: pão de campagna, maionese de mostarda, picles de pepino e quantidade sensata de pastrami, escoltado por fritas finas, crocantes e sequinhas (R$ 40). Tudo produzido ali. A lanchonete/restaurante não poupa esforços para servir a tão falada e pouco executada comida ‘artesanal’ que, neste caso, é real. Apesar de ainda precisar de alguns acertos – caso da altura excessiva da ciabatta com o qual é o montado o Cubano (fatias de presunto cozido feito ali, maionese e picles de cebola roxa, R$ 23), o que faz o sanduíche ficar pesado – o Fôrno já tem resultados excelentes. E a tendência é melhorar com a prática.

Carne Cruda preparada com gado wagyu, grana padano, azeite, limão e pimenta, acompanhada por fritas (R$ 35)

Entre as entradas, a Schiacciata (massa de pizza baixa e retangular com grana padano, rúcula, burrata, cebola roxa, raspas de limão siciliano, R$ 20) é leve e ideal para começar a refeição sem se empanturrar. Para quem quer ir de carnão do começo ao fim, a ótima carne cruda é preparada com gado wagyu, grana padano, azeite, limão e pimenta e vem acompanhada por fritas (R$ 35). O conceito da Heritage tomato salad (R$ 23) é interessante – misturar tipos de tomates com tamanhos, texturas e cores variadas – mas mesmo com a presença da cebola roxa e ricota, falta personalidade ao molho para ‘amarrar’ os ingredientes.

Heritage tomato salad, do Fôrno: três tipos de tomate, cebola roxa, brotos e ricota

Pastrami, presunto cozido e picles de pepino do Fôrno: todos produzidos no restaurante. Todos ótimos

Do forno, a alma do lugar, saem pizzas de massa saborosa, com sal no ponto, borda média e textura parecida com a paulistana. As coberturas são quatro: Calabresa (R$ 28), Margherita com scamorza no lugar da mozzarella (R$ 25), Marinara (R$ 23) e Prosciutto, motnada com presunto cozido artesanal, molho de tomate, scamorza, rúcula e grana padano (R$ 35). Para beber, cervejas artesanais na pressão (madalena APA, R$ 18, entre elas), em garrafas (Duvel, R$ 19; Heineken, R$ 11, entre elas) e coquetéis.

O Fôrno prepara 4 coberturas de pizza. Entre elas, a Margherita com scamorza no lugar da mozzarella (R$ 25)

Não pule as sobremesas, fartas e reconfortantes como o Pudim de leite na latinha (R$ 14) e a Mousse de chocolate amargo, bourbon e raspas de laranja (R$ 20).

Pudim de leite com cumaru servido na latinha no Fôrno: delicioso e farto

Durante a semana, no almoço, há menu executivo que oferece filé a parmigiana com fritas (R$ 42) e pappardelle artesanal ao funghi (R$ 30); o menu fixo continua sendo servido.

Aviso: o lugar vive lotado e não, raro, as filas de espera passam de uma hora. Portanto, chegue cedo.

Hidden by 2nd Floor: em novo endereço, com tempero mais delicado

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Korean Ramen: o mais picante, leva pancetta, kimchi, onsen tamago, caldo base (cogumelos, alga e frango) e missô caseiro apimentado

O 2nd Floor Noodle Bar – restaurante asiático que prepara ótimos ramens – mudou de endereço e se rebatizou. Agora em Moema, chama-se Hidden by 2nd Floor e continua tendo cardápio com poucos e bons pratos. As maiores diferenças estão no salão, que ganhou ar bem oriental (a impressão é estar entrando num estabelecimento da Liberdade) e no caldo base dos ramens, agora mais delicado e sem tanta untuosidade.

Buns – pão chineses cozidos no vapor – recheados com pancetta e picles (fundos) e com cogumelos e picles de pepino. Do Hidden by 2nd Floor

O chef  Luis Ishikawa continua preparando-o o chassu de forma totalmente artesanal  através da junção de três caldos (frango,  kombu e shiitake e legumes) preparados separadamente. O resultado final traz umami tão presente que é quase visível. As opções – assim como todo o menu – mudam diariamente. Para entender entender melhor do que se trata lamen/ramen, clique AQUI.

Um clássico do 2nd Floor que continua no Hidden: Nasu Dengaku (berinjela assada e maçaricada com missô adocicado e acompanhada por maionese de sriracha)

Pode-se encontrar Hidden ramen (pancetta, tomate, aji, hanjuku tamago, caldo a base de cogumelos, algas e frango, R$ 37), Misso ramen (pancetta, milho, onsen tamago, missô caseiro, alho  negro e caldo base, R$ 41), Korean Ramen, o mais picante e meu favorito, com pancetta, kimchi, onsen tamago, caldo base e missô caseiro apimentado (R$ 43). Coisa rara, no Hidden há um noodle vegano, com caldo de kombu e shoyu, cogumelos, tofu e algas (R$ 41).

Korean ramen (pancetta, milho, onsen tamago, missô caseiro, alho negro e caldo base, R$ 43) do Hiden by 2nd Floor, em Moema

Entre a entradas, torça para ter a Nasu Dengaku, meia berinjela assada e maçaricada com missô doce e acompanhada por maionese de sriracha (R$ 23). Com a mesma pegada adocicada – Luis gosta do estilo gastronômico de Taiwan, com preparos potentes em açúcar e especiarias -, os buns, pães chineses fofos e preparados no vapor, são vendidos por unidade (R$ 14). Há de pancetta, hoisin (molho chinês denso e adocicado), pepino e cebolinha; pancetta, hoisin, shishito (pimenta asiática de baixa picância), cebolinha;  pancetta, hoisin, kimchi, cebolinha; cogumelo, hoisin, pepino, cebolinha.

Matchá Cake: recheado com mousse de matchá e feijão azuki. Todas as sobremesas do Hidden by 2nd floor são da doceria Cake Ya, especializada em doces japoneses

Escrito a giz na parede estão os especiais do dia que podem incluir Tonkatsu (R$ 34) ou Tonkatsu Karê com arroz (R$ 49) e Korean Ribs (R$ 14).

Shortcake da Cake Ya, especializada em doces japoneses

As sobremesas são preparadas pela doceira Carol Takizawa, da Cake Ya, que tem no restaurante uma pequena loja com suas criações, dispostas em balcão refrigerado, que podem ser consumidas ali ou embrulhadas para viagem. Dedicada a confeitaria yogashi – doçaria japonesa com influência da patisserie francesa -, Carol prepara bolo de matchá recheado por mousse de matchá e feijão azuki, Choux de massa de chocolate recheado por chocolate meio amargo, entre outros.

 

As excelentes cervejarias Trilha e Dogma abrem suas tap houses

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A EXCELENTE Felix Culpa, rótulo da Dogma com Mirtilo, e uma de suas IPAs em seu novo Tap House, na Vila Buarque

Uma instituição nos EUA, as tap houses são espaços dentro das cervejarias que vendem os rótulos da casa, frescos, na pressão e por preços (geralmente) mais baixos que os encontrados em outros pontos de venda. Finalmente São Paulo está ganhando tap houses – e de ótimas microcervejarias como a Dogma e a Trilha.

Tap House da Trilha, em Perdizes: uma das melhores microcervejarias do país vende seus rótulos, na pressão

O esquema das duas é o mesmo: você pode tomar rótulos sazonais e fixos das marcas, em copos de diferentes tamanhos, ou levar para casa crowlers de 1 litro, envasados na hora.

Crowlers são latas preenchidas de líquido e vedadas no momento da compra, que duram até uma semana na geladeira sem perder a gaseificação. Como os locais não tem cozinha, só existe comida quando um food truck/restaurante convidado prepara algo do lado de fora (aos finais de semana e feriados). Há também a possibilidade de pedir algum delivery da região e beber enquanto espera.

Os valores por copo na Dogma variam entre R$ 14 e R$ 41 (dependendo do tamanho e tipo de cerveja). Na Trilha, entre R$ 19 e R$ 41.

Tap House Dogma: Rua Fortunato, 236, Vila Buarque. De quinta a domingo.

Tap House Trilha: Rua Apinajés, 137, Perdizes. De quarta a domingo.

Vista Café: comida brasileira, fresca e saborosa assinada pelo chef Marcelo Côrrea Bastos

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Arroz de cogumelos com tucupi + creme de abacate com cacau e banana com tapioca caramelada + abobrinha grelhada com ricota e mel = R$ 45. No Vista Café

É sempre uma alegria presenciar a inauguração de bons endereços dedicados a culinária brasileira, sejam eles bares, restaurantes, restaurantes ou cafés: está mais do que na hora de valorizarmos algo no qual somos imensos. Pouca coisa é tão intrinsicamente brasileira quanto nossa biodiversidade que, neste caso, é transformada em prazeres comestíveis. O novo Vista Café, dentro do Museu Arte Contemporânea, é um destes locais que apresenta nossos ingredientes em sua melhor forma.

Ambiente interno do novo -e excelente – Vista Café, dentro do MAC

Instalado no mezanino do MAC, o Vista Café já seria agradável por sua localização, especialmente quando senta-se às mesas externas, dispostas num grande pátio defronte ao Parque do Ibirapuera. Mas o Vista é ainda melhor por unir ambiente calmo, comida deliciosa, fresca, brasileira (com uso predominante de insumos orgânicos) e bons preços.

O menu foi criado pelo talentoso Marcelo Corrêa Bastos, chef do Jiquitaia e chef executivo do Vista Café – em novembro, passará a comandar também o Vista Restaurantes, a ser inaugurado na cobertura do mesmo prédio. Mesmo Marcelo não dando expediente lá todos os dias, o que se vê são pratos tão equilibrados e bem executados quanto os do Jiquitaia. A diferença é a pegada mais leve, saudável, com abundância de vegetais e sem tanta carne.

No Vista Café, o almoço funciona assim: pelo preço do principal, escolhe-se também entrada e sobremesa. Na foto, pescada amarela com moqueca de camarção, abóbora assada e paçoca de carne seca; mousse de limão com castanhas

À partir das 10hs da manhã, até o horário de fechamento, é possível pedir pão de queijo (R$ 5), empadas (R$ 8), ovos fritos com abacate e tomate assado no pão australiano (R$ 15), sanduíches como o excelente queijo quente no brioche com taleggio e caju-ameixa do Seridó (R$ 18), misto quente de meia cura e lombo defumado (R$ 15), bagel com berinjela assada, mussarela de búfala, tomate e pesto (R$ 17) e bolo rústico de mandioca (R$ 9/fatia), entre outras sugestões.

O café fica a cargo do Urbe Café, que faz um belo trabalho preparando espresso, machiatto, cappuccino, pingado, latte (valores entre R$ 5,50 e R$ 10)…

No almoço, entre 12hs e 16hs, a coisa fica ainda melhor: pelo preço do prato principal, escolhe-se ele, entrada e sobremesa. Os valores giram entre R$ 40 e R$ 65 e as sugestões vão variar de acordo com a sazonalidade dos ingredientes. Agora, por exemplo, de entrada, há salada verdeabobrinha com ricota, mel e castanhas e abóbora assada com requeijão e paçoca de carne seca. Os principais trazem um estupendo arroz de cogumelos gordos e crocantes com tucupi, altas e suculentas postas de escada amarela com moqueca de camarão e costela braseada com purê de banana da terra e escarola. Para sobremesa, salada de frutas, levíssima mousse de chocolate branco com limão e farofa de castanhas e creme de abacate e cacau (chamado no menu de ganache vegana) com cubinhos de banana e tapioca caramelada.

Queijo quente com taleggio e geleia de ameixa e cafés preparados pelo Urbe Café. Opção do novo Vista

Quando estiver por lá, aproveite para visitar os cinco andares do Museu de Arte Contemporânea: além de mostras deslumbrantes, a entrada é gratuita.

 

Como é produzido o Jamón de Jabugo (também conhecido como Huelva, Ibérico e Bellota)

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A imponente bodega de cura de jamón da Cinco Jotas, em Jabugo, Espanha: do começo ao fim, o processo de produção do jamón leva seis anos

Quem gosta de jamón (patas traseiras de porcos, salgadas e curadas, tratadas como um tesouro nacional na Espanha) provavelmente já ouviu falar de jamón ibérico e de jamón de bellota. Antes de nos aprofundarmos no tema, melhor esclarecer: ibérico é a raça do animal e bellota (em português, bolota), sua alimentação. Um jamón ibérico pode ser proveniente de porcos alimentados com vegetação nativa e bellotas – frutos do azinheiro e do sobreiro, espécies de carvalho, que se parecem muito com a avelã e conferem as notas adocicadas sentidas na carne do animal  –  ou com pasto e ração. Isso, somado ao local e espaço no qual vive, fará toda a diferença em seu bem estar e, portanto, no sabor e no preço final do produto.

A paisagem da dehesa: cenário da vida dos porcos ibéricos usados para produzir o Jamón de Jabugo.

Dado isso, temos o fato: o Jamón Ibérico de Demoninação de Origem Protegida Jabugo (conhecido anteriormente por Huelva) é um dos mais valorizados do mundo, com a pata chegando a custar 600 euros. Por que? Qual a grande diferença entre ele e outros? Eu fui até a Espanha entender os motivos que, se resumidos em duas palavras, seriam “tempo” e “dedicação”.

Jamón ibérico e pan con tomate: clássicos espanhóis

A produção daquela fatia fina de carne avermelhada, entremeada por gordura branca e brilhante, com notas adocicadas que remetem a nozes, começa nas dehesas. Bosques mediterrâneos que reúnem árvores centenárias como as de bellotas, espécies nativas (cogumelos e frutos silvestres), cultivos de cereais e vegetais e animais de corte (porco, gado, ovelha), as dehesas constituem um ecossistema que une as necessidades de preservação ecológica e as de produção de alimentos. É ali nos 3,5 milhões de hectares esparramados por 130 municípios de Andalucía, Castilla y León, Castilla-La Mancha, Madrid e Extremaduraque são criados os porcos ibéricos que darão origem ao jamón de bellota. O Jamón de Jabugo, tema desta reportagem, nasce na província de Huelva, na região de Andaluzia.

Este é o porco ibérico: dele é feito o Jamon Ibérico. Este é da produção dos jamón Eíriz, em Jabugo, abatido aos dois anos.

O termo Jabugo designa a área de cura das peças de jamón 100% ibérico: perto do mar, os pernis desenvolvem um fungo que termina por desenvolver um buquê todo peculiar na carne. Apenas 31 municípios podem elaborar Jamón de Jabugo, o que envolve 1490 dehesas e 27 empresas de cura, como as que fomos conhecer – a tecnológica Cinco Jotas (pertencente ao Grupo Osborne) e a familiar Eíriz -, ambas na região de Huelva. As duas aceitam visitas previamente agendadas.

Jamón de Jabugo: um dos melhores e mais valorizados da Espanha

A legislação exige que cada porco tenha entre 1 e 2 hectares para viver e que seja criado solto. Entre começo outubro e final de fevereiro, acontece a temporada das bellotas, época que ocorre a engorda natural dos porcos (montanera), na qual os animais se empanturram dessas castanhas . E haja comida! Para cada quilo de peso, eles ingerem doze quilos de bellota e cinco quilos de pasto. Eles chegam a andar 14km/dia à procura de alimento: e é esse movimento o responsável pela gordura bem distribuída do jamón de Jabugo.

Jamón sendo curado nas bodegas da Cinco Jotas, em Jabugo

Terminada a montanera, os animais de dois anos de idade são abatidos. As patas traseiras, o corte que origina o jamón, seguem para a salga; o restante da carcaça terá diferentes destinos. Toda carne proveniente desses porcos será vendida como “ibérica”.

Pernas de porcos ibéricos nos secadores da Eíriz

Aqui vale uma explicação detalhada: para ser chamado de jamón ibérico, a mãe precisa ser 100% pura (ibérico) e o pai pode ser Ibérico ou Duroc, raça norte-americana. Quando você vai ao mercado e compra jamón, notará que na perna existem selos afixados. Funciona assim: se há um selo preto, significa que o porco é 100% ibérico e teve vida livre; vermelho, ibéricos cruzados com duroc, também com vida livre; verde, porcos de vários cruzamentos, alimentados por pasto e ração e com 100 metros quadrados cada, para passar a vida; branco, porcos de vários cruzamentos, alimentados somente com ração em dois metros quadrados/cada. Isso significa vidas, bem estar, sabor e preços absolutamente distintos.

“Vulcão” de Jamón de Jabugo servido num bar da região de produção, na cidade de Aracena

O próximo passo após o sacrifício e o destrinchamento é a perfilação, na qual um especialista retira o excesso de gordura da capa para garantir salga homogênea, momento na qual são massageadas para  que quaisquer líquidos ainda presentes nos vasos sanguíneos sejam expelidos. Então, as patas são levadas para a salga numa sala de temperatura controlada, enterradas em sal marinho e ficam descansando  um dia para cada quilo de peso (média de 5 dias). Salga realizada, vão para os secaderos.

Processo de salga da perna do porco ibérico, começo do processo de produção de jamón. Imagem retirada do vídeo da Cinco Jotas (quando visitei, não estava ocorrendo essa parte da produção)

Porcos ibéricos da Eíriz, em Jabugo: eles vivem soltos na dehesa, alimentado-se de bellotas e vegetação nativa

Secaderos são salas rodeadas por janelas constantemente abertas, com humidade e temperatura naturais, nas quais os jamóns irão desidratar durante o verão devido a ação do sal, do calor e do vento. São as características climáticas de Jabugo – altitude de 700 metros, grande oscilação de temperatura dia/noite, alto índice de chuvas – que fazem da região um local único para a produção de jamón. Após três meses, as peças seguem para a última etapa, a cura.

Uma das iguarias mais apreciadas do planeta: jamón de Jabugo. Este é servido na degustação da empresa produtora Cinco Jotas

A cura é realizada nas bodegas, locais geralmente subterrâneos, de temperatura natural ou controlada artificialmente (varia de produtor), nos quais ficarão por, no mínimo, quatro anos. A cada ano, a peça perde 3% de seu peso.

Porcos ibéricos refrescando-se na lama: ela age como protetor solar

Neste período, cada perna será mudada de lugar cerca de 15 vezes. A razão é simples: garantir o padrão no processo de cura porque, afinal, cada canto da bodega tem uma característica levemente distinta de temperatura e humidade. De tempos em tempos, um funcionário besunta cada jamón com óleo de girassol ou gordura do próprio porco, a fim de manter a hidratação e garantir que os fungos benéficos, responsáveis por boa parte das notas do sabor, continuem por ali. No momento de deixar a bodega para seguir ao mercado, cada pernil é escovado a fim de retirar o excesso de fungos, e etiquetado.

A tradição do Jamón é levada tão a sério na Espanha que, todos os anos, acontece um festival que elege o melhor cortador de jamón do país. Só sendo servido por um deles nota-se, claramente, como o sabor varia com o pedaço da perna e a grossura das fatias

Um processo secular de máximo respeito a todos os fatores envolvidos – meio ambiente, pessoas, animais, estações do ano – que resulta numa iguaria para ser apreciada com calma. Jamais em quantidade, mas sim em qualidade. Apreciada como o tesouro gastronômico que é.


Pudim de leite na lata

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O novo restaurante Fôrno, em São Paulo, serve um belíssimo pudim de leite, com toque de cumaru. O detalhe charmoso fica na apresentação: dentro da lata de leite condensado. Aprenda. 

Ingredientes do pudim
  • 450ml de leite
  • 450ml de leite condensado
  • 300g de creme de leite
  • 4 ovos
  • 1 semente de cumaru
Como fazer

Rale a semente de cumaru e coloque no leite. Leve-o ao fogo e deixe mornar. Desligue e reserve. Misture o creme de leite e o leite condensado batedor de mão. Em uma vasilha à parte, bata os ovos com batedor de mão e depois peneire. Junte os ovos com a massa e acrescente, depois de peneirado, o leite com cumaru. Reserve e deixe descansar um dia na geladeira.
Caramelize as latas apenas com açúcar e despeje a massa do pudim até faltar um dedo para ficarem cheias. Cozinhe por 1h em forno a 160 graus. Deixe esfriar antes de servir.

O colapso ambiental tem forma de bife

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Vacas em criação intensiva nos EUA. No mundo, são abatidos 296 milhões de bovinos por ano

Se você soubesse que um dos alimentos mais presentes no seu dia-a-dia é o responsável pela contaminação de rios, lagos e mares com detritos químicos altamente tóxicos, cogitaria parar de comê-lo?

Se mostrassem a você estudos comprovando que a produção deste mesmo alimento é a principal razão para o desmatamento do Cerrado e da Amazônia, tiraria ele do seu prato?

Se provassem que para aquela comida chegar até sua mesa houvesse múltiplos processos de maus tratos, manipulações genéticas e aplicação excessiva de antibióticos e hormônios em animais, pensaria em, quem sabe, diminuir seu consumo?

Se a Organização Mundial da Saúde emitisse um alerta sobre a ligação da ingestão deste alimento com o aumento da possibilidade de desenvolvimento de determinados tipos de câncer, repensaria seu apreço por ele?

Pois se você come derivados de animais – carne, leite, queijo, ovos -, pode ir pensando nas respostas, porque as perguntas são para você.

Não há nada no cenário global atual que acarrete tão variados e imensos impactos ambientais quanto o crescente consumo de carne.

É sabido o papel que a queima de combustíveis fósseis e o sistema de transporte tem no aumento da emissão de gases do efeito estufa.

Discute-se cada vez mais o uso indiscriminado de agrotóxicos e pesticidas e seus efeitos no solo, água e na saúde humana.

São temas intrinsecamente polêmicos, decerto, mas impossíveis de serem evitados por governos, jornalistas, documentaristas. Apontar a ligação inequívoca da cadeia da produção de carne com as maiores mazelas ambientais da atualidade, porém, ainda é tabu. Ainda é visto por muitos como ‘exagero’. A humanidade está em negação – mas não conseguirá permanecer assim por muito mais tempo.  “O consumo de alimentos derivados de animais é uma das maiores e mais negativas forças a afetar a conservação dos ecossistemas terrestres e marinhos e sua biodiversidade. A produção de gado e de grãos para sua alimentação são as maiores causas de perda de habitat” – trecho do estudo Biodiversity conservation: The key is reducing meat consumption, realizado por cientistas da Florida International University e do Department of Forest Ecosystems and Society da Oregon State University.

Para tratar deste assunto de maneira a facilitar a compreensão, esta reportagem é dividida em blocos de itens primordiais ligados ao tema. Os dados expostos foram retirados de recentes estudos científicos (sempre haverá um link de direcionamento) e entrevistas com especialistas. São eles:

  • Cynthia Schuck-Paim, PHD pela Universidade de Oxford (Reino Unido) em Biologia Evolutiva, Economia Experimental e Etologia Cognitiva; pós-doutorada em análise de dados nas áreas de ciências biológicas e biomédicas; pesquisadora em artigos publicados em dezenas de revistas internacionais; Sócia- Diretora da Origem Scientifica.
  • Carlos Afonso Nobre, climatologista doutorado em Meteorologia pelo Massachusetts Institute of Technology, ex-Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI (Fevereiro 2011-Fevereiro 2015), Coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas, membro do “High Level Scientific Advisory Panel on Global Sustainability” do Secretário Geral da ONU.
  • Dr. Luiz Fernando Sella, formado em Medicina pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) com especializações no Wildwood Lifestyle Center & Hospital e no Institute of Lifestyle Medicine, da Universidade de Harvard; mestre em Saúde Pública pela Loma Linda University (EUA)
  • Alessandra Luglio, Nutricionista graduada pela Universidade de São Paulo; Diretora fundadora do Departamento de Nutrição e Sustentabilidade da ABRASFEV – Associação Brasileira de Saúde Funcional e Estilo de Vida; Diretora do Departamento de Saúde e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB)
ANIMAIS PARA CONSUMO HUMANO, INEFICIÊNCIA ENERGÉTICA E CONTAMINAÇÃO DA ÁGUA

A população do planeta, em 2017, passou dos sete bilhões de habitantes. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), em 2015, abatemos cerca de 70 bilhões de animais terrestres e mais de 2 trilhões de animais aquáticos para consumo humano. Para alimentar estes animais, são usadas aproximadamente dez vezes mais calorias do que as contidas em sua carne. Ou seja: a conta não fecha.

“A produção de itens de origem animal, do ponto de vista energético, é extremamente ineficiente. As plantas convertem energia solar em energia química, comestível. Os animais precisam se alimentar dessas plantas para produzir a carne, os ovos, o leite, que servirão de alimento para a população humana. Só que a maior parte da energia ingerida por eles não é transformada em carne: 90% dela é usada para o animal sobreviver, manter a temperatura corpórea, etc. Sendo assim, eles consomem várias vezes mais energia do que produzem”, diz a cientista Cynthia Schuck-Paim. De acordo com estudo realizado pelo Departamento de ciências geofísicas da Universidade de Chicago, o contraste entre alimentos de origem animal e vegetal em termos de eficiência energética é enorme: enquanto a soja tem uma taxa de eficiência (a razão entre calorias produzidas e calorias utilizadas) de 415, a da carne bovina é de 6,479. “Neste processo, o emprego de recursos naturais é imenso: uso extensivo de terra – seja para pastagem ou para produção de grãos para ração – e de água, tanto para irrigar os cultivos quanto água para os animais beberem e para o processo de abate”, continua.

O gasto de água seria, por si só, preocupante: o setor agropecuário é responsável por mais de 90% do consumo global (um terço disso se destina a irrigação dos cultivos para ração). O fator mais agravante, porém, é como essa água volta para a natureza: como pouquíssimos produtores de carne/leite fazem a gestão de resíduos, por ser um processo de alto investimento financeiro, os efluentes líquidos provenientes dos abatedouros tem forte carga de matéria orgânica (sangue, gordura, vísceras e restos de carcaças) e elevada concentração de nitrogênio, fósforo e produtos de limpeza. Esse líquido de descarte infiltra-se no solo, polui os lençóis freáticos, aquíferos e os cursos de água, desembocando em rios e, por consequência, nos mares. A questão é tão alarmante que o efeito do descarte líquido da agropecuária, somado ao uso intensivo de agrotóxicos, pesticidas e antibióticos, é a formação de mais de 115 zonas mortas oceânicas, sendo a maior delas a do Golfo do México, com 21 mil km2, segundo o National Oceanic and Atmospheric Administration.

Para se ter uma ideia do montante de dejetos:

DESMATAMENTO, EFEITO ESTUFA E DESERTIFICAÇÃO

Desmatamento em Santarém, no Pará (Foto: Karla Gachet/Geenpeace)

Para alimentar os trilhões de animais de corte que saciam nosso apetite, é necessário plantar o que eles irão comer. Atualmente, cerca de 30% das áreas do globo livres de gelo são usadas como pastagem (equivalente ao tamanho da África)  e um terço dos 3 bilhões de hectares de terras produtivas da Terra são utilizadas para plantação de grãos destinados a ração de porcos, galinhas, vacas, ovelhas, cabras, peixes. Utilizamos quase metade das áreas aráveis do mundo para pastagem ou produção de ração.  

Como o consumo de alimentos derivados de animais ainda está em crescimento, especialmente nos países emergentes como China e Brasil, a tendência é precisarmos de cada vez mais terra. A abertura de novas pastagens ou áreas de monocultura de grãos estão avançando, grandemente, nas florestas tropicais, especialmente na Amazônia. “A pecuária responde por 65% dos desmatamentos na Amazônia”, diz o climatologista Carlos Afonso Nobre, que estuda há décadas o impacto das mudanças climáticas na região. “Este setor provoca um paradoxo impossível de resolver: se a produtividade da área é otimizada e a pecuária se torna mais rentável, traz mais capital e termina por aumentar o desmatamento. Se o manejo é primitivo, como é desde a implementação da pecuária na Amazônia, as pastagens aguentam, no máximo, 5 anos e depois são abandonadas”, explica.

Nobre continua: “Analisando dados dos estudos que publiquei, chegamos a conclusão que com o aquecimento global, somado a mudança climática, ao desmatamento e ao impacto do fogo, podemos perder até 60% da Amazônia ainda neste século. Perderíamos também 40% das 1,2 milhões de espécies (fauna e flora), das quais só conhecemos 70, 80 mil”.

O que se vê maciçamente na televisão, porém, é que o agronegócio é a riqueza maior do Brasil, responsável por parcela significativa do PIB e por nos salvar da pior crise econômica da história. A tv Globo recheia seus breaks comerciais com propagandas da série “Agro é Pop”, dizendo ao povo brasileiro que não só somos sustentáveis, como somos um exemplo pro mundo. Será? “Cálculos realizados pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e pela Agência Alemã para a Cooperação Internacional (GIZ) apontaram que para cada R$ 1 milhão de receita gerada pela pecuária, acarreta-se R$  22 milhões de custos ambientais não contabilizados, principalmente em desmatamento e emissão de gases-estufa”, aponta Cynthia. “Quando se diz que a agroindústria salva a economia brasileira se está mostrando só uma parte da história: todos esses custos associados quem paga é a sociedade, seja em perda de capital natural, através de subsídios governamentais para essa indústria ou com o impacto gerado no sistema de saúde pública pelo consumo de seus produtos. O custo da agropecuária é muito maior do que a renda que ela gera, mas isso é invisível para a maioria das pessoas”, explica.

Exemplo da economia de Floresta em Pé é o açaí: as árvores são cultivadas em sistema agroflorestal. A produção do açaí na Amazônia já movimenta 2 bilhões de dólares/ano. Imagem retirada do Pinterest

Animais de corte, especialmente gado, jogam na atmosfera metano (resultante do processo de digestão de ruminantes e do manejo de esterco) e óxido nitroso (volatilizado de dejetos de criações e de fertilizantes usados no cultivo), gases que contribuem com o efeito estufa de maneira muito mais intensa – vinte e trinta vezes maior, respectivamente – do que o CO2, produzido principalmente pelo sistema de transporte. Em 2013, o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG-Brasil) publicou que o setor agropecuário brasileiro contribuiu com cerca de 30% das emissões do país (84% deles, provenientes da pecuária). Se essa conta levasse em consideração o desmatamento para expansão agrícola, o uso de combustíveis fósseis na agricultura e o tratamento de efluentes, a agropecuária brasileira responderia por 60% do total.

“O agronegócio dos países tropicais é expansionista. O setor ainda está fazendo grandes mudanças no padrão de uso da terra. Os documentos da EMBRAPA e do Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável dizem que até 2030 o Brasil produzirá 35% mais carne em área 25% menor, convertendo parte dela para plantação de grãos e restauração florestal. Será? No plano, não dá pra criticar. Mas já estamos a 13 anos do prazo e isso não está acontecendo. Pelo contrário: o desmatamento aumentou, tanto na Amazônia quanto no Cerrado. Então só acreditarei no discurso quando a ciência me revelar que está, de fato, acontecendo”, fala Nobre.

E há, sim, outro modelo de crescimento econômico na Amazônia que não inclua devasta-la: é a economia da floresta em pé. “Hoje, a Amazônia exporta matéria muito primária: minério de ferro, madeira e carne. A economia da floresta em pé, baseada em produtos de alto valor potencial, é muito poderosa: já há identificado cerca de 1000 produtos naturais, sendo 300 deles profundamente estudados em termos de adensamento agroflorestal”, fala Nobre. “Açaí é um exemplo. Movimenta atualmente quase o mesmo montante da madeira, que é quase toda ilegal, cerca de 2 bilhões de dólares/ano (carne, 5 bi/ano). Em segundo vem a castanha do pará. Mas há uma série de outros: guaraná, andiroba, copaíba, pau-rosa… A Natura é uma empresa que já trabalha com esse potencial. Descobriu novo uso para a ucuuba (semente de árvore amazônica ameaçada de extinção, com alta concentração de óleo, muito usado na indústria de cosméticos como hidratante) e manteve 1500 famílias na ilha de Cotijuba, produzindo em sistema agroflorestal. A renda da população aumentou três vezes – e com isso não tiram a madeira, coisa que faziam apenas a cada 25 anos”, diz. “Não existe nada que impeça uma política pública que incentive a economia de floresta em pé. No papel, há subsídios governamentais para isso, mas nunca são implementados”, fala Nobre.

ÉTICA: A QUESTÃO RELEGADA AO SILÊNCIO

Criação de porcos-padrão: assim vivem os animais que comemos

“O que torna a sina dos animais de fazenda domesticados particularmente difícil não é exatamente o modo como eles morrem, mas, acima de tudo, o modo como eles vivem. Infelizmente, os humanos podem causar grande sofrimento aos animais de fazenda de várias maneiras, mesmo quando asseguram sua sobrevivência e sua reprodução. A raiz do problema é que os animais domesticados herdaram de seus antepassados selvagens muitas necessidades físicas, emocionais e sociais que seriam supérfluas na fazenda dos humanos. Os agricultores, rotineiramente, ignoram essas necessidades sem sofrer por isso nenhuma punição no âmbito econômico. Eles prendem os animais em gaiolas minúsculas, mutilam seus chifres, caudas e bicos, separam mães de crias e seletivamente criam monstruosidades. Os animais sofrem imensamente, embora continuem a viver e a se multiplicar”.

As palavras precisas sobre a pecuária moderna são de Yuval Noah Harari, em seu livro Homo Deus, Uma Breve História do Amanhã. Harari, PHD em história pela Universidade de Oxford, dedica várias páginas da sua obra ao tema amplamente enfiado debaixo do tapete da sociedade: o modo com que tratamos os animais que nos servem de alimento.

Abate: imagens que não queremos associar com o hambúrguer que comemos

Esqueça as imagens idílicas das embalagens: a vaquinha leiteira não pasta feliz no campo, o porquinho não vive solto, a galinha não sai ciscando pelo quintal.

A realidade da vaca é tomar hormônio por boa parte do ano, para continuar lactando, enquanto é separada de seu bezerro em poucas semanas (o final dele, se for macho, é virar vitelo; se for fêmea é ser emprenhada o quanto antes para produzir leite) e ordenhada várias vezes por dia por máquinas de sucção.

A realidade do porco é viver em baias de cimento tão pequenas que, por vezes, a porca não consegue nem ficar de pé para amamentar.

A realidade das galinhas poedeiras é passar a existência numa gaiola menor que uma folha de papel, ter o bico cortado para não machucar as outras devido ao estresse, ingerir antibiótico na ração para não morrer ‘antes da hora’.

“Mesmo que tivessem boas condições de vida, a genética deles está transformada de tal forma que são animais inviáveis do ponto de vista de bem estar. É uma existência sofrida”, diz Cynthia.

99% dos ovos que à venda são provenientes do sistema de bateria, no qual as galinhas vivem amontoadas, sem espaço nem para abrir as asas, por cerca de dois anos

Vida miserável em ambientes superpopulosos, excesso de de antibióticos e promotores de crescimento (em alguns casos, hormônios), alimentação a base de grãos cultivados com grande carga de pesticida: esse cenário não poderia produzir, e não produz, animais saudáveis. Nem para eles, nem para quem os consome.

“Está mais do que comprovada a relação do excesso de consumo de proteína animal ao aparecimento de doenças crônicas como as cardiovasculares, tipos de câncer, diabetes e obesidade. No universo científico há consenso quanto a importância de se ingerir muito mais vegetais do que animais: as pesquisas são abundantes nesse sentido. Porém há um descompasso entre o saber científico e a prática profissional” pontua o médico Luiz Fernando Sella. “A medicina ser tão desconectada da nutrição é um absurdo”.

Exemplo do efeito cascata gerado pelo método industrial de produção de animais de corte está na gordura da carne, aquela parte que muita gente saliva de prazer só de pensar. Melhor pensar. Duas vezes. “Os pesticidas organoclorados se acumulam na gordura do animal. Quando ingerimos essa gordura, ingerimos também o resíduo do pesticida”, diz Dr. Sella. Os organofosforados e carbamatos são compostos químicos amplamente utilizados na agropecuária como inseticidas, no controle de pragas em plantações e de parasitas em animais.

Transporte de leitões: amontoados, tratados como carga

Outro fator de alerta decorrente do sistema intensivo de criação é a crescente resistência a antibióticos – por parte dos humanos e dos animais.  A maioria dos animais criados para consumo (principalmente galinha, porco e salmão) recebe rotineiramente doses de antibióticos e outros compostos com atividade antibacteriana (como quimioterápicos) para garantir sua sobrevivência e rápido ganho de peso. Alguns desses medicamentos são os mesmos recomendados a humanos. A administração excessiva faz com que as bactérias, em vez de morrerem, se adaptem ao ‘veneno’, evoluindo para bactérias superresistentes.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, se ações urgentes não forem tomadas, entraremos em breve numa era ‘pós-antibiótico’, na qual uma simples infecção poderá ser fatal.

O PÂNICO DA FALTA DE PROTEÍNAS

As duas questões mais frequentes diante da constatação que alimentos derivados de animais não são assim tão benéficos nem pra saúde humana, tampouco para o meio ambiente é “Isso é besteira: somos carnívoros por natureza!” e “Então de onde vou tirar minhas proteínas?!”. Vamos por partes.

Parte 1: “Isso é besteira: somos carnívoros por natureza!”

“Ah, eu faço dieta paleo por que é a dieta ‘natural’ do ser humano”. Não, não é. O homem evoluiu como coletor-caçador, conseguindo a maior parte dos seus nutrientes de plantas (legumes, verduras, tubérculos, grãos e frutas). A caça acontecia ocasionalmente – eles não tinham um estoque de pernil de mamute no freezer, nem entrecôte de bisão na geladeira da caverna. Não se consumia carne, leite e ovos na quantidade e quantidade que consideramos normal na atualidade. Portanto, sim, somos onívoros mas, evolutivamente, a dieta humana sempre foi mais vegetal do que animal.

A cientista e bióloga Cynthia Paim esclarece: “Temos hoje uma situação muito distinta daquela em que nossos antepassados viveram. No passado, as populações humanas viviam em ambientes onde a diversidade e disponibilidade de alimentos era muito limitada. Para estas populações, expostas à escassez alimentar e deficiências nutricionais, o  consumo esporádico de um determinado alimento (como a carne de outros animais) certamente pode ter sido benéfica. Atualmente, no entanto, a maioria das sociedades urbanas tem acesso a uma grande diversidade de alimentos (legumes, cereais, verduras, frutas, sementes e outros cultivos) que permitem a adoção de uma dieta balanceada e completa, rica em proteínas, ferro, cálcio, zinco, vitaminas e outros nutrientes, sem a necessidade de consumo de alimentos de origem animal”.

E no tocante a segurança alimentar: ela é maior hoje do que no passado? Em geral, sim, mas o manejo dos bichos e suas condições de vida inadequados acarretam outras complicações. Segundo o estudo Mapping of Poverty and Likely Zoonoses Hotspots, do International Livestock Research Institute, em nações em desenvolvimento, treze zoonoses provenientes de porcos, galinhas e bois estão associadas a cerca de 2,4 bilhões de casos de infecção humana e mais de dois milhões de mortes todos os anos.

Parte 2: “De onde vou tirar minhas proteínas?!”

“Não existe nenhum nutriente sintetizado pelos animais que seja essencial para os humanos: os animais são meros acumuladores. E de onde eles tiram seus nutrientes? Da comida, que é vegetal. Então podemos pular a etapa animal e ir direto na fonte. Todos os aminoácidos essenciais – aqueles que humanos não produzem – a vaca, o porco, a galinha, também não produzem. Eles são resultados da fotossíntese, do oxigênio do ar e do carbono do solo”, explica a nutricionista Alessandra Luglio, especialista em longevidade. “O ser humano está comendo muito mais proteína do que precisa. Quando se tira ou diminui a carne da dieta, não se exclui a proteína, simplesmente deixa-se de consumir o excesso”.

Impossible Burger: a startup de carne vegetal teve investimento milionário de Bill Gates e já vende, nos EUA, seus hambúrgueres que até ‘sangram’

Então quer dizer que não é só carboidrato e gordura que, em demasia, fazem mal? “A ingestão excessiva de proteínas leva a estresse metabólico e acidose metabólica. Toda acidose gera inflamação e toda inflamação, doença crônica”, diz Alessandra.

“O excesso de proteína se acumula no fígado. O principal subproduto de sua metabolização é a amônia. A amônia é transformada em ureia, que gera acidificação do sangue. No meio ácido, as enzimas não funcionam. O corpo, para equilibrar a acidez, retira cálcio dos ossos, que libera bicarbonato de cálcio, o que leva a problemas ósseos”, explica a nutricionista.

Interessante também atentar para a alegada falta de ferro numa alimentação com pouca ou nenhuma proteína animal. Alessandra explica que “o excesso de ferro heme – presente no músculo, na carne dos animais – é um ferro extremamente oxidativo e não é o mesmo presente em folhas escuras, sementes e algumas leguminosas”.

“De onde vou tirar minhas proteínas?!”. Da chia, ervilha, feijão, favas, soja (edamame, tofu, leite de soja, missô etc), grão de bico, gergelim, linhaça, semente de girassol, semente de abóbora, quinoa, nozes, amêndoa, castanha de caju, spirulina, arroz integral, cevada, trigo, aveia, amaranto, quinoa, brócolis, escarola, agrião, espinafre, couve, abacate, caju, avelã, macadâmia… Ou seja: em verduras de folhas escuras, cereais integrais, leguminosas e oleaginosas.

“A American Dietetic Association afirma que a dieta vegetariana é adequada para todos os ciclos da vida, desde o bebê até o idoso. Se for planejada, variada, é perfeitamente saudável”, diz Dr. Sella.

Diversos estudos científicos vem sendo feitos no sentido de descobrir como alimentar a crescente população mundial diminuindo a pegada ambiental causada pelos animais. Um dos mais recentes, que trabalha com um cenário hipotético, foi realizado em conjunto pela Loma Linda  University,  pelo Radcliffe Institute for Advanced Study (Harvard) e pelo Department of Forest Ecosystems and Society, da Oregon State University e intitulado de Substituting beans for beef as a contribution toward US climate change targets (Substituindo carne por leguminosas e contribuição dos EUA para cumprimento das metas de mudança climática). Os “resultados demonstram que substituir carne por leguminosas poderia aumentar de 46% para 74% as reduções de gases de efeito estufa necessárias para atingir a meta americana até 2020. Esta mudança também livraria 692,918 km2 de área voltada a plantação de alimentos para animais”.

Não são somente cientistas que estão empenhados em resolver a equação ‘gosto humano pela carne X menos impacto ambiental X ética. Alguns bilionários e empresas, também. Bill Gates (fundador da Microsoft), Richard Branson (dono da Virgin) e a Cargill investiram perto de 22 milhões de dólares na Memphis Meats, startup que produz em laboratório carnes de vaca, frango e pato, através de células animais. Bill Gates também é investidor da Impossibile Foods, empresa que já comercializa, em dezenas de restaurantes americanos de primeiro time (como o Momofuku Nishi, do chef David Chang, em New York), seu hambúrguer 100% com sabor e  textura de carne – que até sangra, devido ao uso de uma espécie  modificada de soja. Veja AQUI Chang provando o Impossible burger.

E DEPOIS DE TUDO ISSO…

Dados e evidência para a diminuição do consumo de derivados animais não faltam. Contudo, a grande maioria das pessoas ainda reluta em aceitar isso. Curioso, não?  Cientistas escoceses também acharam, e por isso foram pesquisas as razões de tanta reticência. O estudo Eating like there’s no tomorrow: Public awareness of the environmental impact of food and reluctance to eat less meat as part of a sustainable diet (Comendo como se não houvesse amanhã: conhecimento público do impacto ambiental da comida e a relutância em comer menos carne como parte de uma dieta sustentável), realizado em 2015 pela Public Health Nutrition Research Group da University of Aberdeen, no Reino Unido, entrevistou mais de 1500 pessoas na Escócia.

As considerações finais dizem tudo: “Três temas dominantes relacionados ao consumo da carne emergiram da análise; 1. Falta de consciência da associação entre consumo de carne e mudanças climáticas; 2. Percepção do consumo pessoal da carne influenciando minimamente o contexto global de mudança climática; 3. Resistência a ideia de reduzir o consumo pessoal da carne”.

Pois ainda achamos que nada tem a ver conosco, individualmente. Mas os fatos estão aí para nos desmentir. Por completo.

Factório: qualidade e bom custo-benefício em receitas de café da manhã e almoço (servidas o dia todo)

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Excelente tostada de abacate, queijo de cabra, molho de limão, mini rúcula e coentro do novo Factório

No novo Factório, na Rua Amauri, é possível comer Terrine quente de acém e rabo acompanhado de purê de cenoura (R$ 52) às oito da manhã, tapioca com caciocavallo e abobrinha (R$ 18) às três da tarde ou Croque Monsieur (R$ 21; madame, R$ 24) acompanhado por Bloody Mary às onze da noite. O menu inteiro é servido o dia todo. Isso poderia ser apenas curioso e inusitado se não fosse algo essencial: a comida é boa e tem ótimo custo-benefício.

Uma das opções vegetarianas de pequenos pratos do Factório: salada morna de cevadinha, repolho, couve flor assada e cogumelos (R$ 16, com ou sem pedaços de linguiça)

A ideia do empreendimento criado pelos sócios João Paulo Diniz, Ricardo Trevisani e Renato Calixto é mesmo ser um restaurante/café/bar no qual os clientes possam ir a qualquer hora. O espaço, de decoração estilo industrial, presta-se tanto para um desjejum rápido quanto para almoço de trabalho e reuniões no meio do dia como para um drink pós-jantar com amigos.

Ambiente do novo Factório, na Rua Amauri

O menu segue uma proposta democrática: criado pelo jovem chef Gabriel Vidolin (que fechou seu restaurante Leão Vermelho, em São João da Boa Vista, para assumir a empreitada), reúne receitas carnívoras, veganas e vegetarianas equilibradas e criativas. Há também preocupação em usar o máximo possível de insumos orgânicos e sazonais (me dá uma certa alegria encontrar folhas de beterraba compondo saladas servidas em restaurantes) e produzir os próprios pães (corretos) e sorvetes (precisam encontrar a dosagem certa de açúcar que, hoje, ainda é alta).

shakshuka do Factório: ovo pochê sobre molho adocicado de tomate e cebolas confitadas

A seção de café da manhã inclui excelentes sucos – como os de tangerina, amora e manjericão e de cupuaçu, manga, erva doce (R$ 12, cada) – pão na chapa (R$ 8), cafétapioca com caciocavallo e abobrinha (R$ 18), ótima tostada de abacate, queijo de cabra, molho de limão, mini rúcula e coentro (R$ 16), bolo de coco com castanha do pará (R$ 14), pão com ovo (R$ 11) e Croque Monsieur (R$ 21; madame, R$ 24). O shakshuka, receita do oriente médio que vem ganhando espaço em São Paulo, traz ovo pochê perfeito sobre molho adocicado de tomate e cebolas confitadas (R$ 1/2, R$ 12; inteiro, R$ 20)

Boa salada do Factório: folhas, pimentão assado, queijo de cabra fresco, lentilhas e cogumelos (R$ 28)

O que é descrito no cardápio como ‘pequenos pratos’ são mesmo isso: matam a fome de quem come pouco, sendo mais substanciosos do que uma entrada. Recomendo a salada de folhas, pimentão assado, queijo de cabra fresco, lentilhas e cogumelos (R$ 28) e a salada morna de cevadinha, repolho, couve flor assada e cogumelos (R$ 16, com ou sem pedaços de linguiça).

Costela de porco com molho de especiarias, purê de couve flor, ervilha torta e cenoura do Factório

Entre os principais, abacate na brasa com amaranto, mandioquinha e tomate assado (R$ 38), Terrine quente de acém e rabo acompanhado de purê de cenoura (R$ 52), suculenta Costela de porco com molho de especiarias, purê de couve flor, ervilha torta e cenoura (R$ 48) e panelinha de arroz de cordeiro (R$ 52).

Excelente arroz de cordeiro do Factório

No almoço, excelente bufê a R$ 59.

Os sorvetes e sorbets do Factório, assim como os pães, são produzidos na casa

Taí um local cuja a entrega está a altura do conceito (o que é, convenhamos, bem difícil de se ver).

15 endereços para tomar um BELO café da manhã

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Quem Quer Pão
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O melhor pão de queijo da cidade? Provavelmente! Puro, recheado (aqui, com goiabada), também é produzido na versão alho na Quem Quer Pão

Dos meus locais mais queridos na cidade, seja no almoço ou café da manhã. Manuelle Ferraz comanda a cozinha da Quem Quer Pão e é a alma do pequeno restaurante situado na Barra Funda, no qual tudo é feito com carinho, calma e bons ingredientes.

O pão de queijo é apenas excelente. Feito com queijo curado e polvilhos mineiros, é denso e saboroso sem ser salgado demais. Sua crostinha dourada e crocante esconde o miolo macio, aerado. No café da manhã você pode pedi-lo recheado com goiabada cremosa, queijo minas ou requeijão. A novidade fica por conta do DELICIOSO pão de queijo de alho – se você tem alguma birra com o ingrediente, perca e peça. Que coisa boa!

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Muito amor: pão com requeijão de corte na chapa

Saia do óbvio pão-com-manteiga-e-espresso e vá de café coado na mesa, banana da terra grelhada com melado e amêndoas e de pão com requeijão de corte na chapa. E se ela der sugestão de algo novo no menu, confie e peça: sempre é uma boa surpresa.

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Na Quem Quer Pão: café coado, banana da terra com melado e amêndoas e manhã feliz

  • Quando: segunda a sábado
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $
  • Onde: Rua Dona Elisa, 117, Barra Funda, tel.: 2538 0844
Vista Café

Queijo quente com taleggio e geleia de ameixa e cafés preparados pelo Urbe Café. Opção do novo Vista

Instalado no mezanino do MAC, o Vista Café já seria agradável por sua localização, especialmente quando senta-se às mesas externas, dispostas num grande pátio defronte ao Parque do Ibirapuera. Mas o Vista é ainda melhor por unir ambiente calmo, comida deliciosa, fresca, brasileira (com uso predominante de insumos orgânicos) e bons preços.

Ambiente interno do novo -e excelente – Vista Café, dentro do MAC

À partir das 10hs da manhã, até o horário de fechamento, é possível pedir pão de queijo(R$ 5), empadas (R$ 8), ovos fritos com abacate e tomate assado no pão australiano (R$ 15), sanduíches como o excelente queijo quente no brioche com taleggio e caju-ameixa do Seridó (R$ 18), misto quente de meia cura e lombo defumado (R$ 15), bagel com berinjela assada, mussarela de búfala, tomate e pesto (R$ 17) e bolo rústico de mandioca(R$ 9/fatia), entre outras sugestões.

O café fica a cargo do Urbe Café, que faz um belo trabalho preparando espresso, machiatto, cappuccino, pingado, latte (valores entre R$ 5,50 e R$ 10)…

  • Quando: diariamente
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$
  • Onde: Avenida Pedro Álvares Cabral, 1301, Ibirapuera
Factório

Excelente tostada de abacate, queijo de cabra, molho de limão, mini rúcula e coentro do novo Factório

No novo Factório, na Rua Amauri, é possível comer Terrine quente de acém e rabo acompanhado de purê de cenoura (R$ 52) às oito da manhã, tapioca com caciocavallo e abobrinha (R$ 18) às três da tarde ou Croque Monsieur (R$ 21; madame, R$ 24) acompanhado por Bloody Mary às onze da noite. O menu inteiro é servido o dia todo. Isso poderia ser apenas curioso e inusitado se não fosse algo essencial: a comida é boa e tem ótimo custo-benefício.

shakshuka do Factório: ovo pochê sobre molho adocicado de tomate e cebolas confitadas

A seção de café da manhã inclui excelentes sucos – como os de tangerina, amora e manjericão e de cupuaçu, manga, erva doce (R$ 12, cada) – pão na chapa (R$ 8), cafétapioca com caciocavallo e abobrinha (R$ 18), ótima tostada de abacate, queijo de cabra, molho de limão, mini rúcula e coentro (R$ 16), bolo de coco com castanha do pará(R$ 14), pão com ovo (R$ 11) e Croque Monsieur (R$ 21; madame, R$ 24). O shakshuka, receita do oriente médio que vem ganhando espaço em São Paulo, traz ovo pochê perfeito sobre molho adocicado de tomate e cebolas confitadas (R$ 1/2, R$ 12; inteiro, R$ 20)

  • Quando: diariamente
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$
  • Onde: Rua Amauri, 244, Jardim Europa, 3079 7246
Quitandoca
Bufê do Quitandoca

Bufê do Quitandoca

Agora o Quitandoca – empório de produtos orgânicos e agroecológicos – tem café da manhã todos os domingos no pátio do Pitico, em Pinheiros. E que delícia é passar uma manhã de sol por ali, a sombra dos maracujás, sentado em cadeiras de praia!

No delicioso bufê, 100% artesanal, há pães (como os de cenoura, beterraba, arroz, integral), bolos, frutas, pestos (como o de rama de cenoura), queijos e coalhadas, sucos, polenta, mandioca, batata doce, café… Tudo à vontade e por R$ 40 por pessoa (crianças até 4 anos não pagam).

  • Quando: domingo
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$
  • Onde: Rua Guaicuí, 53, Largo da Batata
HM Food Café
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Tostada de ovos mexidos, abacate, creme azedo e rabanete: brunch do HM Food Café

Instalado num charmoso espaço colaborativo no baixo Pinheiros (ao fundo funciona um barbeiro), o HM Food Café serve, todos os dias, bons cafés, bolos e comidas rápidas. Mas é aos sábados que o negócio fica mais divertido.

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Panquecas macias de banana com pecã e melado do HM Food Café

Entre as 11hs e as 16hs, são servidas algumas opções – MUITO bem preparadas – de brunch, caso das ótimas tostadas. Montadas sobre pão artesanal excelente da padeira caseira Hanny Guimarães, são oferecidas com ovos mexidos, creme azedo, abacate e rabanete ou ovos mexidos, creme azedo e Parma. Quer algo ainda mais encorpado? O Shakshuka traz molho rústico de de tomate com pimentão e cesta de pães para se “chuchar”.

Se a sua predileção é por doce, vá nas panquecas de banana com pecã e melado.

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Tostada de ovos mexicos e Parma do HM Food Café

  • Quando: sábado
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$
  • Onde: Rua Ferreira de Araújo, 1056, Pinheiros, tel.: 3034-5319
Quitandarte

Café da manhã do Quitand’arte: sábados, domingos e feriados

Aberto originalmente em Belo Horizonte pelos irmãos Iara e Rafael Rodrigues, o estabelecimento mudou-se para São Paulo há cerca de dois meses, instalando-se em um amplo sobrado na rua Joaquim Antunes.
Ali encontra-se diversos produtos vindos de pequenos produtores mineiros – polvilho (que já virou meu preferido para hidratar e fazer tapioca em casa), queijos, geleias, meles, compotas, geleias, cachaças, doce de leite, conservas, entre outros – e menu que inclui pão de queijo recheado com pernil de lata e ovo frito, ótimas tapiocas e sanduíches.

Seleção de queijos mineiros do Quintad’arte

Sábados, domingos e feriados são os melhores dias para ir ao Quintad’arte: neles há bela mesa de café da manhã (R$ 42 por pessoa; R$ 21 para crianças até 10 anos). Não deixe de comer a banana da terra grelhada, o delicioso biscoito de polvilho frito e os ovos mexidos bem molinhos. O café coado (Wolff Café) vale muitos refis.

  • Quando: sábado, domingo e feriados
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$$
  • Onde:Rua Joaquim Antunes, 391, Pinheiros, tel.: 3061-0320
Camden House
Ótimas panquecas do novo brunch do Camden House, no Itaim.

Ótimas panquecas do novo brunch do Camden House, no Itaim.

Um dos bares com melhor cozinha de São Paulo – e dos meus preferidos -, o Camden House começou a servir brunch com especialidades inglesas. E, olha, está MUITO bom.

Aos sábados e domingos, entre as 10hs e 16hs, a talentosa chef Elisa Hill oferece o tradicional English Breakfast que traz deliciosa linguiça (de pequeno produtor, sem hormônios, tempero delicado e quase sem gordura), dois ovos fritos, cogumelos paris grelhados, tomate assado, excelente bacon feito na casa, ótimo pão feito também por ali e feijão. Vale todas as calorias, com gosto. Outra delícia são os ovos beneditinos, os melhores que já comi em São Paulo. Dois english muffins – produzidos ali, com o sabor e textura ideais – vem cobertos por ovos pochê, suculentas fatias de bacon e sedoso molho hollandaise.

No brunch do Camden House: ovos beneditinos, os melhores que já comi em São Paulo (R$ 25). Dois english muffins - produzidos ali, com o sabor e textura ideiais - vem cobertos por ovos pochê, suculentas fatias de bacon e sedoso molho hollandaise.

No brunch do Camden House: ovos beneditinos, os melhores que já comi em São Paulo

  • Quando: sábado e domingo
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$$
  • Onde: Rua Manuel Guedes, 243, Itaim Bibi, 2369-0488
Coffee Lab
Tostex de brioche com queijo meia cura e café coado no Coffee Lab

Tostex de brioche com queijo meia cura e café coado no Coffee Lab

Quem curte café de qualidade provavelmente já conhece o Coffee Lab, misto de café, laboratório e escola da barista Isabella Raposeiras. Se não conhece, corra pra conhecer!

Além de poder escolher diversos tipos de grãos garimpados e torrados por ela, ainda dá para optar entre tomá-lo espresso, aeropress, frenchpress, hario, harmonizado com queijos…. Para acompanhar, um tremendo tostex de queijo meia cura e bolo, entre as poucas e boas opções de comidinhas.

  • Quando: todos os dias
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$
  • Onde: Rua Fradique Coutinho, 1340, Vila Madalena, tel.: 3375-7400
Café Habitual

“Ovos beneditinos a moda turca” do Café Habitual

Fruto da sociedade de um brasileiro e de australiano de ascendência turca, o Café Habitual oferece menu que inclui ovos mexidos ou pochê, somados a avocado, sementes de abóbora, hortelã e zaatar (R$ 24), Bruschetta de favas verdes amassadas, prosciutto, parmesão e hortelã (R$ 29) e pão de queijo feta com tomilho e linhaça (R$ 6).

Muesli multigrãos com iogurte feito na casa, damasco, lascas de maçã verde, banana e mel orgânico do Café Habitual

Um hit da casa, os “ovos beneditinos à moda Turca” (R$ 29) trazem dois perfeitos ovos pochê sobre ótima torrada da Padaria Artesanal Orgânica e folhas agrião; então, são regados com iogurte artesanal e páprica.Se você é mais do doce, peça o bom Muesli multigrãos com iogurte feito na casa, damasco, lascas de maçã verde, banana e mel orgânico (R$ 14) ou o delicado bolo turco de semolina com azeite, pistache, laranja, coco, água de flor de laranjeira e iogurte da casa (R$15). Para acompanhar, espresso (R$ 6), latte (R$ 8) e French Press (R$ 11).

  • Quando: todos os dias
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$$
  • Onde: Alameda Tietê, 602, Jardins, tel.: 3062-3091
Padaria Artesanal Orgânica
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Minha perdição completa na Padaria Artesanal Orgânica: pão integral, mozzarella de búfala, tomate assado e manjericão

A Padaria Orgânica Artesanal tem alguns dos melhores pães da cidade. Gosto especialmente do de nozes e figo, que como sozinho ou molhado no azeite. Há ainda o de Grãos , de amêndoas e damasco, Brioche . Para não ter que comer um inteiro (melhor é levar pra casa), peça a Tartine, que traz duas fatias à sua escolha, manteiga, geleia e requeijão artesanais. Não deixe de comer o excelente o Pão de queijo. Caso vá no final de semana, prove o ‘pão de queijo francês’, o Gougère, com os sempre bem feitos ovos mexidos.

Interior da P.A.O. da VIla Madalena - a mais tranquila

Interior da P.A.O. da Vila Madalena – a mais tranquila

Deixe um pouco da gula reservada para os bolos, assados no dia e com sabores que variam dependendo da oferta de frutas da estação. Aproveite a temporada e mate um pedação do ótimo de amora com açúcar mascavo. Tem também de cacau;  de Amaranto(sem glúten); de Maçã, nozes e passas; de tangerina; de banana; de limão… E, claro, o pornográfico – e campeão de vendas – feito com chocolate belga 70% cacau em nove camadas.

Agora a unidade Vila Madalena, serve buffet de café da manhã aos sábados e domingo a R$ 46 por pessoa, o que inclui a mesa cheia de gostosuras (à vontade), ovos mexidos e bebida quente.

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Bolo de amora com açúcar mascavo da Padaria Artesanal Orgânica

  • Quando: diariamente
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$$
  • Onde: confira as unidades NESTE link
Parque da Água Branca
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Café da manhã orgânico no Parque da Água Branca

Caminhar, dar comida para os gatos que vivem soltos por ali, tomar cuidado para não tropeçar nas centenas de galinhas que moram no parque, abastecer a despensa na Feira de Orgânicos e sentar para tomar café da manhã debaixo das árvores: essa é a rotina de quem costuma frequentar o Parque da Água Branca. Rotina da qual gosto bastante.

Aos sábados e domingos, entre as 7h e 11h30, funciona o café da manhã. Apenas ingredientes orgânicos são servidos. Bolos, manteiga, iogurte, pão, ovos, sucos, café – tudinho é livre de corantes, conservantes e agrotóxicos. Sensação libertadora, digo eu. Programa agradável, saudável e que traz uma certa paz numa cidade tão caótica quanto São Paulo.

  • Quando: sábado e domingo
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$$
  • Onde: Avenida Francisco Matarazzo, 455, Perdizes
Padoca do Maní
Tostex de pão de forma da casa com presunto e queijo meia cura: o trivial, bem feitíssimo

Tostex de pão de forma da casa com presunto e queijo meia cura: o trivial, bem feitíssimo

Pequena, famosa e sempre cheia, ir a Padoca do Mani exige certa calma – nem sempre o staff consegue dar conta de tanta gente. Mas a comida ali é boa, bem boa. Para os que tem fome, o Café Padoca traz cesta de pães de fermentação natural, manteiga, requeijão, geleia, mel, salada de frutas, iogurte e granola e serve duas pessoas. Não deixe, mesmo, de comer a estupenda e úmida cuca de uva – homenagem de Helena a sua terra natal, o Rio Grande do Sul – e o denso bolo de chocolate.

Cuca de uva: leve, cremosa

Cuca de uva: leve, cremosa

  • Quando: terça a domingo
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$
  • Onde: Rua Joaquim Antunes, 138, Jardins, tel.: 2579-2410
Padaria da Esquina
Deliciosa Bola de Berlim (R$ 7,50), o equivalente português ao nosso sonho.

Deliciosa Bola de Berlim (R$ 7,50), o equivalente português ao nosso sonho.

A Padaria da Esquina resgata a panificação portuguesa artesanal, aquela que existia em São Paulo há décadas, antes das padarias paulistanas se transformarem em mercados vende-tudo de qualidade aquém da mediana. Ali, nada de pré-mistura: os pães são feitos do zero e fermentados naturalmente. Vitor Sobral sabe que tempo (leia-se “fermentação bem feita”) é tão essencial a um bom pão quanto insumos de qualidade.

Folhado do Porto: o croissant português na nova Padaria da Esquina

Folhado do Porto: o croissant português na nova Padaria da Esquina

Durante todo o dia há 0vos são em seis versões (omelete, omelete de claras, omelete com tomate, presunto e queijo, mexidos, mexidos com tomate e cebola e estrelados com bacon) em valores que vão de R$ 12 até R$ 18. Os doces… ah, os doces. São quase três dezenas de itens da doçaria típica – repletos de gemas e açúcar – divididos em Do Pasteleiro, do Padeiro e do Cozinheiro.

Tiborna - italianos chamam de bruschetta; franceses, de tartine - de presunto cru

Tiborna – italianos chamam de bruschetta; franceses, de tartine – de presunto cru

  • Quando: diariamente
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$$
  • Onde: Alameda Campinas, 1630, Jardim Paulista, tel.:2387-0149
Lá da Venda
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Mesa do bufê de café da manhã do Lá da Venda

A chef Heloísa Bacellar sabe como montar uma mesa que desperte vontade de comer tudo o que está sobre ela. E é isso o que acontece com o café da manhã do Lá da Venda, servido em forma de bufê, somente aos finais de semana. Pão de queijo de Canastra, seus famosos bolos, queijos, frios, pães: tudo fresco e de qualidade.

Pão de queijo e trouxinha de carne seca com catupiry do Lá da Vendinha, na Barra Funda

Pão de queijo e trouxinha de carne seca com catupiry do Lá da Venda

Caso a fome não seja tanta, peça unidade de pão de queijo,  trouxinha de carne seca com catupiry, fatia de bolo de milho (ou de Nada, de de limão com suspiro, de fubá com goiabada) e um café coado e curta o final de semana, sem pressa.

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Bolo de chocolate do Lá da Venda

  • Quando: sábado e domingo
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $$$
  • Onde: Rua Harmonia, 161, Vila Madalena, tel.: 3037 7702
Mocotó Café
Sugestões de café da manhã do Mocotó Café: tapioca com queijo coalho, cuscuz nordestino, café Yaguara e macchiato com café Terroá

Sugestões de café da manhã do Mocotó Café: tapioca com queijo coalho, cuscuz nordestino, café Yaguara e macchiato com café Terroá

Funcionando entre 8hs e 17hs, de segunda à sábado, o Mocotó Café serve um minúsculo porém bem escolhido menu que incluem alguns dos pratos mais icônicos de Rodrigo Oliveira. O café tem cerca de 25 lugares e o sistema é o mesmo do vizinho Comedoria Gonzales: faça o pedido no caixa, espere ser chamado pelo número, pegue a comida e, quando terminar, jogue seu lixo fora.

Amante de café da manhã como sou, adorei a possibilidade de devorar um delicioso e fofinho cuscuz nordestino com ovo mole em quantos dias da semana eu quiser (e algo me diz que quererei em vários…). São servidos até as onze da manhã também cuscuz com carne seca e natapão artesanal na chapa com manteiga ou requeijão, Tapiocas de queijo coalho  e de carne seca com nataou de coco fresco com leite condensado. Para acompanhar, cafés de qualidade tão alta quanto a comida:Yaguara  e, meu favorito, Terroá.

Que puuuuta cuscuz nordestino com ovo mole delicioso!

Que puuuuta cuscuz nordestino com ovo mole delicioso!

  • Quando: segunda a sábado
  • Quanto, por pessoa (de $ a $$$$$): $
  • Onde: Rua Doutor Manoel Carlos Ferraz de Almeida, 52, Pinheiros, tel.: 30317932

Café: do fruto à xícara

Semana Internacional do Café: conheça o maior evento nacional dedicado à bebida mais amada do planeta

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Coado, espresso, french press, aeropress, Hario. Cereja descascado, fermentado. Torra clara, média, escura. Catuaí, Bourbon amarelo, Mundo Novo, Acaiá. O assunto é vasto… Café é a terceira bebida mais consumida do mundo (antes estão a água e o chá). Está em todos os cantos do globo, em todas as horas do dia, preparado das mais diferentes formas.

Café é paixão.

E o Brasil, além de ser o maior produtor, entrou de vez pro time dos melhores.

Alguns dos 25 eventos simultâneos que acontecem na Semana Internacional do Café 2017, em Belo Horizonte: concurso de baristas, cafeteria modelo, prova de cafés, premiação Coffee of the Year e curso de torra

Nunca se viu tantas cafeterias de qualidade serem inauguradas pelo país como nos últimos cinco anos. Nunca se viu também tantos grãos de qualidade nas prateleiras. Nunca se investiu tanto em pesquisa. Nunca se falou tanto sobre café. Se você quer entender mais sobre esse universo, vá a Semana Internacional do Café, que rola entre 25 e 27 de outubro, em Belo Horizonte. Eu vou.

Um dos expositores da Semana Internacional do Café oferecendo seu produto para prova

São mais de 25 atrações simultâneas, voltadas tanto para profissionais da área quanto para empreendedores interessados em abrir um negócio e consumidores. Algumas das atividades mais interessantes são a Copa Barista (competição entre profissionais do café que premia os melhores do país no preparo da bebida, acontece todos os dias), as Degustações de cafés de Regiões Brasileiras (produtores apresentam aos empresários do food service seus cafés e diferentes métodos de preparo), os Cursos de Torra, o Fórum da Agricultura Sustentável na cafeicultura e  a premiação Coffee of the Year Brasil 2017, cujo vencedor sai de dez cafés provados pelo público, às cegas.

Cupping: uma das 25 atividades que acontece no maior evento de café do país, a Semana Internacional do Café

Mas ainda tem Re:Verb Roast (Simpósio de Cafés Especiais da World Coffee Events (WCE) e da Specialty Coffee Association), Cafeteria Modelo (direcionado para o mercado de food service, conta com capacitação técnica para empreendedores), área de expositores (maquinário de campo, grãos, equipamentos, comidas, bebidas) dezenas de palestras e workshops… Para todas as informações e calendário completo, clique AQUI.

A Semana Internacional do Café acontece nos dias 25, 26 e 27 de outubro, no EXPOMINAS, em Belo Horizonte.

Buzina: o food truck que virou lanchonete ‘estacionada’ em Pinheiros

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O hambúrguer que leva o nome da casa vem queijo americano, bacon moído, aioli e fritas dentro do sanduíche

Acabou-se de vez o boom dos foodtrucks em São Paulo.

A razão principal é a total ausência de política pública que fomente a comida de rua.

O que se viu foram muitos caminhões vendendo itens a preços tão altos quanto restaurantes, estacionados em áreas privadas e com variedade/qualidade questionáveis. Não à toa, aqueles que fazem (ou fizeram) sucesso estão vendo que o velho e bom ponto fixo pode ser mais interessante do que as rodas. Foi o caso do La Peruana, em 2015. É também o caso do Buzina Food Truck, que acaba de abrir uma lanchonete em Pinheiros, a Buzina. Eles, contudo, continuam em movimento: a marca mantém os caminhões, cujos roteiros podem ser checados em seu Instagram.

Bun de pato do Buzina: dulçor bem presente

O Buzina foi um dos primeiros e mais festejados – por crítica e público – foodtrucks da cidade. Nos meses após o lançamento, filas imensas se formavam à espera de seus bem feitos hambúrgueres. O sucesso foi tanto que, em 2016, fecharam uma parceria com a companhia aérea Azul na qual os passageiros dos voos com destino a Estados Unidos e Portugal podiam escolher itens do cardápio assinado por eles.

Croquete com lula em sua tinta e aioli do Buzina: excesso de farinha

O cenário atual é diferente do de 2015.

Milhares de hamburguerias foram abertas na capital. Em todos os cantos. De toda sorte de decoração, qualidade, preço.

Hambúrgueres foram colocados em menus de restaurantes. De bares.

Hambúrgueres se tornaram os novos temakis (ou paletas mexicanas, ou qualquer outra moda passageira).

Ainda bem que os hambúrgueres do Buzina continuam bem feitos, o que garante (nova) casa cheia o tempo todo.

Patty Melt do Buzina: hambúrguer, cebola tostada e gruyere prensados no pão de centeio

O cardápio da lanchonete conta com cinco entradas, treze sanduíches e uma sobremesa. Infelizmente as excelentes saladas – como a de arroz negro, rúcula, vagem, ervilha torta e vinagrete de ervas e a de tubérculos com coalhada seca e tomilho – são servidas apenas nos trucks. Fui seca para comer a frango sustentável ao curry com cuscuz marroquino, chutney de manga, amêndoas e coentro

Veggie do Buzina montado com burger de cogumelo portobello e arroz negro, parmesão, alface, tomate assado, cebola roxa e aioli (R$ 29)

Se for petiscar, evite o farinhento Croquete com lula em sua tinta (R$ 15) e vá com fé nas finas e crocantes Fritas com páprica (R$ 8). O Bun – taí a mais nova moda! – traz coxa de pato desfiada com molho excessivamente adocicado, picles de cenoura e coentro (R$ 14).

Ambiente no endereço fixo do Buzina (foto do perfil oficial da casa pq esqueci de clicar…)

O hambúrguer que mais me agradou foi o bem fornido Patty Melt: prensado, no pão de centeio, vem com cebola tostada e gruyére (R$ 26). Simples, bem feito, equilibrado.

O que leva o nome da casa é montado com carne, queijo americano, bacon moído, aioli e fritas dentro do sanduíche (R$ 27). Para quem gosta de potência, o Truck une burger, cebola na chapa e gorgonzola (R$ 24).

As excelentes fritas com páprica do Buzina

Há também opções não-hamburguísticas, caso do gostoso Veggie (burger vegetariano de cogumelo portobello e arroz negro, parmesão, alface, tomate assado, cebola roxa e aioli; R$ 29), do Cubano (paleta suína, presunto royale, queijo suíço, picles de pepino e mostarda, R$ 25) e do de língua bovina fatiada, rúcula, aioli e salsa verde na ciabatta (R$ 22).

Três Leches: doce, doce, doce, doce, doce, doce.

O único doce é o Tres Leches (R$ 11). A textura e umidade são agradáveis, mas tem tanto, mas tanto, tanto açúcar que chega a doer os dentes…


Você sabia que café fresco ‘respira’?

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BLOOMING: essas bolhas de ar são o sinal de que o café é fresco

Fotografias Daniel Ozana/Studio Oz            Por Mariana Proença
*Essa matéria foi publicada originalmente na Revista Espresso

O que é blooming?

Em inglês, o verbo bloom significa florir. Como adjetivo, viçoso, exuberante, florido. Já o termo ‘coffee bloom’, virou sinônimo do exato momento em que o café entra em contato com a água nas infusões. É a pré-infusão do café. Apenas alguns mililitros de água em cima do pó são responsáveis pela liberação de gases. Esses voláteis ocorrem pois o grão de café passa pelo processo de torra, quando sofre reações físico-químicas que liberam dióxido de carbono (CO2). Com as altas temperaturas, o grão se expande e os gases são liberados, e com eles também os aromas.

Como acontece

Ao preparar um café no método de infusão da sua escolha, que use filtro de papel ou metálico, é possível acompanhar de perto o efeito do blooming, momento exato em que a água toca o café recém- -moído e causa o ‘respiro’ do pó. Conseguem-se ver as bolhas de ar saindo pelo centro do ‘bolo’ que se forma. Dependendo do frescor ou do perfil da torra, o café sobe bastante, formando um lindo espetáculo para quem o está preparando. Normalmente esse efeito é mais bem apreciado quando se joga uma quantidade pequena de água inicialmente no preparo.

O gás carbônico

Ele se solta do café no momento da torra, dentro da embalagem e depois no contato com a água. É conhecido como anidrido carbônico, gás carbônico ou dióxido de carbono, um composto químico constituído por dois átomos de oxigênio e um átomo de carbono. A representação é CO2. Foi descoberto pelo escocês Joseph Black, em 1754. É essencial à vida no planeta, pois é um dos compostos fundamentais para a realização da fotossíntese – processo pelo qual os organismos transformam a energia solar em energia química. Essa energia química, por sua vez, é distribuída entre todos os seres vivos.

  • Em preparos com filtros de papel, escalde-o antes de colocar o café. Elimine toda a água do recipiente. Em preparos com filtros metálicos, escalde também os acessórios antes de começar.
  • Escolha cafés com torras de até três meses. A data da torra normalmente está impressa na embalagem.
  • Moa o café na hora. A granulometria fica a seu critério. Dependendo do método, do tempo da extração e do tipo de café, pode-se variar entre uma moagem fina (similar a talco), média (tipo queijo ralado) e grossa (próxima à do sal grosso).
  • Coloque de 15 g a 40 g de café no seu filtro (hario v60, clever,chemex, etc.) ou recipiente (french press, aeropress, etc.). Essa quantidade pode variar de acordo com o número de xícaras a ser preparadas, mas o blooming fica mais ‘bonito’ em quantidades menores de água e café.
  • Esquente a água e, com o auxílio de uma chaleira com bico de ganso (que facilita o controle do fluxo), comece a pôr a água em contato com o pó. Inicie o movimento pelas laterais, vá afunilando até chegar com o bico ao centro. Finalize assim que todo o pó estiver umedecido.
  • Aguarde alguns segundos e a água em contato com o café despertará as reações gasosas. Bolhas subirão para a superfície e, de acordo com o frescor, poderão ser em maior número.
  • Após trinta segundos de pré-infusão, pode-se pôr mais água até chegar à proporção desejada. A diluição que resulta em um café mais suave, médio ou forte depende da combinação entre café e água. Encontre a de sua preferência.
Grão fresco
Importante! O efeito do blooming só acontece quando se utilizam cafés com torra fresca e moídos na hora. Caso contrário, infelizmente os gases já terão se perdido dentro da embalagem ou até fora dela, na armazenagem inadequada.

 

Benedita Cozinha: comida brasileira reconfortante em Perdizes

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Entrada do Benedita: Camarão do Remanso

Sou cada vez mais fã de comida brasileira. Bom, é difícil falar em comida brasileira, assim, englobando o país todo num balaio só, por que cada região tem seus temperos, ingredientes, preparos. Seria melhor dizer que sou cada vez mais fã dos sabores do Brasil. Haja riqueza, biodiversidade, cultura!

Deliciosa Moqueca de banana com acaçá e farofa de castanha do Benedita: tempero no ponto certo

No meio de uma enxurrada de pokes, temakis, pizzas e hambúrgueres, dá alegria ver a inauguração de um restaurante de sabores da nossa terra, que une couve rasgada mineira, tupi amazônico e bolinho de arroz paulistano – e que serve tudo isso com talento, tempero, alma. O Benedita Cozinha é muito bem vindo.

Comeria todo dia a Salada de amargos (folhas, quiabo, chips de jiló, semente de girassol e lascas de queijo curado, R$ 21) do Benedita

Aberto há cerca de sete meses em Perdizes, numa agradável casa (que costumava ser o endereço de um dos sócios), o Benedita me lembra muito o Jiquitaia: fora da rota gourmet, decoração simples, modelo de menu executivo bem resolvido, jantar com poucos pratos, valores sensatos, brasilidade sem chavões e comida muito, muito boa. Bem temperada. Bonita. Cheirosa.

Menu do almoço executivo

Purê de abóbora, arroz, couve e pescada empanada no fubá: opção do executivo às quartas

Durante a semana, no almoço, há três opções fixas a cada dia. Terça tem frango com quiabo e angu de queijo minas. Quarta, Picadinho de porco, verdura refogada, ovo frito e arroz. Quinta, abobrinha recheada com ricota. Por R$ 38, o cliente escolhe o prato e leva a entrada e a sobremesa.

Sugestão do executivo do Benedita: picadinho de porco, arroz, verdura refogada, ovo frito e farofa

No jantar, o Benedita fica mais autoral, no melhor sentido: sem petulância, sem pirotecnia, com tempero e preparos acertados. Tempero é uma palavra recorrente neste texto por ser recorrente na cozinha do restaurante: usado sem medo e de forma primorosa, enriquece o todo sem soterrar nada.

Cozido paraense de legumes com tucupi, pirão de legumes e arroz de jambu com castanha do Pará (R$ 50)

Exemplo do tal tempero é o levemente adocicado molho que embala a excelente salada de amargos (folhas, quiabo, chips de jiló, semente de girassol e lascas de queijo curado, R$ 21). Delicioso também é o vinagrete de coentro que acompanha cubos de abóbora tostada e creme denso de queijo manteiga (R$ 21), para se comer de colheradas. Gordos, os camarões do Remanso são empanados em tapioca flocada e acompanhados por maionese de tucupi (R$ 32, 6 unidades). E os campeões de vendas, Bolinhos de arroz (R$ 16).

Entrada do executivo do Benedita: ótimo e delicado Caldo Verde

Os pratos do Benedita dão o devido destaque aos vegetais, não cedendo o protagonismo somente às carnes. Vegano, o cozido paraense traz legumes cozidos com toque de tucupi, pirão preparado com caldo de legumes, arroz com jambu e castanha do Pará (R$ 50). Intensidade, acidez, maciez, crocância: tudo está lá, presente.

Brigadeirão do Benedita: dá-lhe chocolate

Dos meus favoritos, a Moqueca de banana vem com creme de coco salgado  e incrível farofa de castanha (R$ 38), preparada com farinha tão saborosa que poderia ser comida pura. Pujante, o Arroz de galinhada traz suculentos pedaços da ave acompanhados de muitas rodelas de linguiça de porco (um certo excesso, visto que briga com o gosto mais delicado da galinha), pimenta de cheiro, cúrcuma e vagem (R$ 36).

Pavê de doce de leite do Benedita: ele só aparece de vez em quando no menu e é uma tremenda delícia reconfortante

As sobremesas são reconfortantes no nível máximo. Brigadeirão (R$ 9), Cocada de forno (R$ 9), Bolinho de estudante (bolinho frito de tapioca e coco, servido com doce de leite, R$ 13) e Pavê de doce de leite (R$ 13), que só aparece por lá de vez em quando.

Longa vida ao Benedita. Longa vida a essa simplicidade prazerosa.

Vai um copo de coquetel químico geladinho?

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A cerveja é uma das bebidas preferidas dos brasileiros, seja por nos refrescar em nosso clima quente, como por ter, na maioria das vezes, teor alcoólico baixo, o que a torna um excelente socializador. Mas você sabe como ela vem sendo feita?

Uma lei fundamental pra história da cerveja é a Reinheitsgebot ou, como conhecemos no Brasil, a Lei de Pureza da Baviera, na Alemanha, criada em 1516 com o objetivo de arrecadar mais impostos sobre os insumos. Hoje, porém, ela se tornou a lei de proteção ao consumidor mais antiga do mundo ainda em vigor. O resumo da Reinheitsgebot é: dentro do seu copo de cerveja só pode haver água, malte, lúpulo e fermento (levedura). Fazer cerveja seguindo a Lei de Pureza não significa obrigatoriamente que ela será boa: o cervejeiro pode errar na escolha das matérias primas ou no processo. Mas, boa ou ruim, o consumidor sabe exatamente o que está bebendo.

No Brasil, a coisa é diferente. A legislação brasileira permite substituir o malte de cevada por até 45% de outra fonte de carboidratos, chamados de ‘carboidratos não malteados’. Até pouco tempo usava-se milho ou arroz; atualmente, utiliza-se a High Maltose (em português, Xarope de Alta Maltose), um concentrado superprocessado de açúcares provenientes do milho. Seria como se o milho fosse a cana de açúcar e o Xarope de Alta Maltose, o açúcar refinado. Então, os memes sobre cerveja de milho estão bem desatualizados: o correto seria ‘cerveja de Xarope de Alta Maltose’.

As marcas que usam High Maltose (HM) alegam que fazem isso para a cerveja ficar mais leve. Mas não é verdade. Usa-se HM apenas para diminuir o custo de produção: qualquer mestre cervejeiro conseguiria fazer uma cerveja puro malte leve e refrescante.

Mas há coisa pior.

Tabela da Anvisa com os aditivos cervejeiros permitidos no Brasil: 99% deles não precisam vir escritos no rótulo

A legislação brasileira libera o uso de muitas substâncias químicas para acelerar a fabricação da cerveja, mais químicos para mascarar o que este processo rápido causou de ruim na bebida e ainda mais químicos para conservá-la e estabilizá-la depois de pronta – e a grande maioria deles não precisa ser declarado no rótulo.

O tempo médio para uma cerveja fermentar e maturar deveria ser de 20 dias. Contudo, a grande indústria consegue fazer “cerveja” em 7 dias: usam enzimas para acelerar a mostura, substâncias para fermentar com rapidez e para decantar o fermento, antiespumante durante a fermentação para ganhar espaço dentro dos tanques, estabilizadores pós-filtragem, formadores de espuma para fingir que o trabalho foi bem feito, antioxidantes, conservantes, estabilizantes…. a lista é longa. Ainda colocam corante na pilsen para deixá-la amarela e não precisam declarar esse corante na lista de ingredientes. Aqueles que o usam, dizem que é para corrigir a cor do malte, que varia entre lotes. Em realidade, se não utilizassem, a coloração seria parecida com a da água, já que quase não há malte na receita.

Ainda no tópico ‘malte’: sabe aquela cerveja preta docinha? Então, não leva nada de malte tostado, o que seria o correto. Ela é apenas a cerveja pilsen com muito corante caramelo, por isso fica escura e doce. A cerveja escura preparada com malte tostado é o oposto disso: é seca, adstringente, tem aroma e sabor de café, chocolate amargo e toffee. Vale ressaltar: tudo isso é feito de acordo com a legislação e não está restrito só as megas cervejarias… Muitas “artesanais” utilizam a mesma prática. E como o consumidor consegue identificar esses truques na cerveja? Aí o negócio fica difícil… Teria que pesquisar a marca e estudar a cervejaria antes de beber. Mas nem sempre queremos ter esse trabalho na hora do happy hour.

A cerveja para ser boa não precisa seguir a Lei de Pureza da Baviera e ser apenas feita com água, malte, lúpulo e fermento. Há muitos estilos que levam frutas, ervas, especiarias e outras fontes de carboidratos que são usados para melhorar a bebida. O problema está na liberação de atalhos químicos com o único objetivo de baixar o preço final. Eu acredito na pressão dos consumidores para mudar esse cenário: precisamos não só parar de consumi-las e passar a comprar de quem faz bons produtos, como também pressionar os políticos para elaborar leis que beneficiem o consumidor, não as grandes empresas. 

Blend La Guapa: conheça o café da chef Paola Carosella

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A Chef Paola Carosella na unidade do La Guapa dos Jardins: seu blend de café foi criado pela marca Martins

Texto Leonardo Valle Fotografias Guilherme Gomes
*reportagem publicada originalmente na Revista Espresso

No coração do bairro Jardim Paulista, em São Paulo, uma senhora caminha em direção ao balcão do La Guapa para pedir uma empanada artesanal. Incógnita entre as mesas do pequeno restaurante, a chef Paola Carosella acompanha a mulher com os olhos sem esconder seu encantamento. “Mas que senhora elegante”, sussurra ela sobre a cliente – aparentemente tão comum.

Esse fato corriqueiro diz bastante sobre a personalidade de Paola – uma parte já vista na televisão. A chef de cozinha mais conhecida do País é bastante sensível e observadora. Neta de imigrantes italianos, Paola nasceu em Morón, na Argentina, mas mudou-se para Buenos Aires aos 2 anos. “Realmente não sei como meus avós foram parar lá. Por ser periferia, Morón era um lugar mais barato e eles precisavam de muito espaço, porque tinham um viveiro de plantas”, relembra.

Foi com as mulheres da família que ela aprendeu a cozinhar. Aos 18 anos, um amigo da sua mãe ofereceu a oportunidade de ela estagiar em um restaurante da cidade – um dos poucos que recebiam mulheres. Começava aí sua carreira como cozinheira profissional. “Foi uma coisa inconsciente eu cair numa cozinha profissional, visto que essa não era uma opção tão aberta como é hoje em dia. Ninguém era cozinheiro. Mas a cozinha era algo muito forte para mim. Eu não era muito boa na escola e realmente gostava de cozinhar”, revela.

A primeira proposta para sair do país surgiu dois anos depois – um sonhado estágio na França. Na cidade-luz, passou por locais como Le Grand Vefour, Le Celadon e Le Bristol. Seu talento ainda a levaria aos Estados Unidos e ao Uruguai. “Hoje vejo que todos os momentos têm um reconhecimento proporcional àquilo que se faz. A primeira vez que minha mãe foi jantar em um restaurante onde eu estava trabalhando, para mim foi um reconhecimento. E eu era uma completa desconhecida. Era assistente da assistente da saladeira”, diverte-se. “Quando passei para o meu primeiro trabalho remunerado e o chef olhava com olhar de aprovação, foi outro reconhecimento. E assim por diante.”

Café La Guapa
Lançado em parceria com Martins Café, os grãos estão disponíveis no espresso ou coado nos restaurantes Arturito e Mangiare e nas unidades do La Guapa na Rua dos Pinheiros, na Alameda Lorena e na Rua Bandeira Paulista. O café está à venda em grãos ou em pó nas lojas do La Guapa, em embalagens de 250 g e custa R$ 19,90.

O próximo degrau conquistado foi trabalhar com o chef argentino Francis Mallmann, um percurso que duraria sete anos e a marcaria para sempre. “Sou ambiciosa, entre aspas. Minha ambição não é financeira, mas de conquista. Eu ia olhando o caminho que eu queria fazer. Queria chegar a ser a “mão-direita” do Francis, e um dia consegui. Penso que as buscas e o sonhos devem ser assim: que a gente vá procurando metas proporcionais e próximas. Metas possíveis”.

Mulher forte no Figueira Rubaiyat de Mallmann, Paola foi convidada para ajudar na abertura do restaurante em São Paulo. O ano era 2001 e ela vinha de Nova York sem falar uma única palavra de português. “Meu primeiro impacto foi o volume de trabalho. O Figueira de São Paulo era um monstro e eu, durante um ano, literalmente não saí do restaurante. Só depois conheci São Paulo e percebi que é uma cidade difícil de decodificar. Demora muito tempo para entendê-la, não é uma cidade óbvia.”

Dois anos mais tarde, já adaptada à cidade, arregaçou as mangas e abriu seu primeiro restaurante como chef e proprietária: o Julia Cocina. O nome foi inspirado na norte-americana Julia Child, a primeira pessoa a cozinhar na televisão. Poderia ser uma previsão do futuro, mas, naquela época, Paola não imaginava uma carreira televisiva.

“No meu primeiro restaurante, tive vontade de fazer tudo diferente. Eu não desejava um serviço pomposo, mas correto. Não queria a separação de sala e cozinha, que é da gastronomia tradicional. Aquela coisa do garçom que não fala com cozinheiro, de eles se odiarem”, brinca. “Parece simples, mas tinha situações subjetivas, como puxar ou não a cadeira. Eu via umas coisas estranhas em São Paulo, como o garçom abrir o guardanapo para o cliente, que eu não queria.”

Paola é, atualmente, uma das chefs mais famosas do país

No comando do Arturito – seu restaurante de comida simples e mediterrânea, aberto em 2008 –, um dia o telefone de Paola tocou. Do outro lado da linha, o convite para um teste de jurada em um programa de televisão. “Eu tinha muito interesse e muita dúvida, muita vontade e muito pânico. Mas as coisas sempre são assim: quando eu tenho muito medo, geralmente faço. Então fiz uma audição simples. Gravaram- -me pelo celular enquanto eu cozinhava”, relembra. Nascia, assim, sua contribuição com o Masterchef, da Rede Bandeirantes.

“Eu não saio pela rua julgando as pessoas. Não me importa o que cada um faz. Eu julgo porque é meu trabalho e as pessoas que se expõem a isso sabem que serão julgadas. Esse é o formato do programa e é o que eu tenho que fazer: acompanhar o percurso de cada participante para ver, ao final, quem de todos merece de fato ganhar”, justifica. “Isso se faz de forma espontânea. Lá não temos roteiro ou alinhamentos”, garante.

Nos dias que correm, Paola coordena o Arturito e três unidades do La Guapa com a ajuda do seu sócio, Benny Goldenberg (chef do Mangiare). Os quatro estabelecimentos e sua filha Francesca, de 5 anos, são responsáveis por boa parte do seu tempo. “Não tenho muito tempo vago. Quando não estou cozinhando, tenho trabalho de computador, vou à periferia comprar madeira velha mais barata para nossos estabelecimentos ou estou lixando essa madeira que eu comprei.”

“Meu ideal era passar um dia da semana em cada restaurante e ter um dia para mim. Mas não consigo ser tão regrada. Tudo vai acontecendo ao mesmo tempo”, lamenta. Paola e Benny passaram os últimos meses testando novos produtos para a rede de restaurantes – como sabores de empanadas, molhos de pimenta, blends e… café. A parceria para produzir as bebidas personalizadas foi travada com a Martins Café, de Mariano Martins.

“É como três tons de cinza. Eu tenho essa coisa do café torrado e do caramelo. O Mariano gosta de preservar a fruta, e o Benny é um intermediário entre nós. Estou aprendendo muito com os dois, porque não sou uma especialista em café”, revela. O novo produto recebeu o nome de La Guapa, um blend das variedades catuaí vermelho e bourbon amarelo com torra média-escura, com sabor de caramelo, chocolate e avelã.

Em seu tempo livre, Paola ainda gosta de garimpar histórias e conteúdos interessantes para as redes sociais. Ela é seguida por 1,5 milhão de pessoas, entre Twitter, Facebook e Instagram. “Tento usar as redes sociais apenas para coisas que possam gerar troca. Se for falar algo sobre o La Guapa, vou oferecer uma receita, uma dica,  ou contar a história de como chegamos até aquele novo produto ou serviço. Não vou dizer apenas ‘amanhã temos um novo café na loja’. Tem que ter troca, senão não faz sentido para mim”.

Café com especiarias? Sim, combina!

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Use as especiarias – como canela e cardamomo – para dar uma turbinada em seu café

Texto Gabriela Kaneto Fotografias Daniel Ozana/Studio Oz
*reportagem publicada originalmente na Revista Espresso

Quem não curte um cappuccino com espuma de leite? Ou um chococcino para esquentar os dias frios? O café é uma bebida muito querida no nosso país e muito presente no nosso dia a dia, sendo versátil nas mais diversas situações. Muitas misturas podem resultar em bebidas deliciosas e marcantes, sem apagar o verdadeiro gosto do café. Vale lembrar que a diversidade de combinações não para por aí.

Para enriquecer as características do café e as sensações que ele propicia, podemos adicionar especiarias usadas em diversas culturas espalhadas pelo mundo. Além de saborosas, elas trazem benefícios para a saúde. Quando bebemos ou comemos algo, buscamos sabores e aromas que nos surpreendam através dos sentidos. Segundo a barista Paula Dulgheroff, as especiarias propiciam sensações no palato muito peculiares, podendo realçar receitas e causar impressões emocionais e físicas.

ESPECIARIAS PARA PROVAR COM CAFÉ
Cravo
Um café coado junto com cravo-da-índia é uma boa pedida para os dias frios. Para lembrar o gostinho do quentão das quermesses, pode-se filtrar o café e o cravo junto com canela em pau e gengibre ralado.
Canela
A canela pode ser polvilhada na espuma do leite em um espresso. A bebida lembra bastante os quitutes caseiros por ser aconchegante e saborosa.
Cardamomo
É perfeito para o café turco. No modo de preparo, ferve-se o cardamomo junto com o café e a água, que deve ser filtrada, o que resulta em uma bebida intensa e aromática.
Gengibre
Para acrescentar o gostinho do gengibre à bebida, o ideal é ralá-lo e filtrá-lo junto com o café. Com um sabor suave, é uma boa opção para liberar as vias aéreas em resfriados.

 

RECEITAS

Café Canelinha

20 ml de café espresso
30 ml de leite integral pasteurizado
Canela em pó

Preparo
Em uma xícara, despeje o café espresso feito em uma máquina própria. Para vaporizar o leite, coloque-o em uma chaleira e leve-o ao fogo baixo; quando começar o processo de fervura, desligue o fogo. Não ferva o leite. Com um mixer, bata-o de 10 a 20 segundos, até formar uma espécie de creme. Para saber se a vaporização está correta, utilize uma colher e veja se a consistência está firme. Ponha o leite vaporizado por cima do espresso. Para finalizar, polvilhe canela em pó a gosto.

Café Turco

  • 100 ml de água filtrada
  • 1 semente de cardamomo
  • 10 g de café moído bem fino

Preparo
Em uma ibrik, recipiente turco de preparo de café, ou em uma caçarola pequena, coloque o café, a água fria e filtrada, o cardamomo e misture. Coloque no fogo e espere ferver. Após a primeira fervura, despeje metade do conteúdo em uma xícara. Ferva o resto de novo e adicione à mesma xícara. Tampe-a e aguarde 4 minutos antes de servir.

Café aromático

  • 1 colher (chá) de gengibre ralado
  • 5 cravos-da-índia
  • 1 pau de canela
  • Café coado

Preparo
Ferva 500 ml de água filtrada com o gengibre ralado, os cravos e o pau de canela. Prepare um café coado bem suave. Para finalizar, adicione, em medidas iguais, a água com os ingredientes ao café já pronto.

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